quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

EU ORGULHOSAMENTE FICO COM O TERCEIRO LUGAR!


















Último post do ano, exatamente no dia 31, como a São Silvestre.
Corro para ter as receitas mais legais, práticas e fáceis da internet, mas como na maratona citada acima, não é fácil conquistar o lugar mais alto do pódium, sempre tem um queniano que aparece nos quilometros finais, passando um, dois e de repente, já não se é mais o primeiro.
Na culinária não vejo diferença, há duas semanas atrás um queniano, de Chapecó, passou por mim, e de repente um Etiope, de Cuiabá, me arranca o segundo lugar das mãos. Fiquei desesperado, como vencer a corrida do prato mais criativo? Como continuar 2010 com o blog e ainda por cima de cabeça erguida, depois da humilhação da derrota?
No entanto, ao ver sumir na minha frente meus dois oponentes, enxuguei as lágrimas, e como um Vanderlei Cordeiro de Lima, corri, mas corri muito em busca do terceiro lugar, com sabor de ouro, com gosto de vitória suprema e incontestável, com maionese.
Sou terceiro lugar, sim, mas tenho orgulho, não é o lugar mais alto, mas é bem mais confortável. E cheguei com garra, determinação e respeito, principalmente respeito.
Pois durante todo esse ano, todas as vezes que cozinhei, nunca faltei com ele aos alimentos que por mim foram preparados, pelas minhas mãos não foram maculados, nem sofreram maus tratos. Como sofrem os scripts nas bocas de Xuxa Meneguel, Angélica e Eric Marmo.
Ao longo desse ano, cresci, evolui, saí do nível Paloma Duarte de atuação e cheguei no Gabriela Duarte com louvor e estou quase pronto para ingressar no nível Débora Duarte, na Escola Duarte's Dramáticas. Me tornei pai, senti que não posso mais errar, tenho alguém que depende de mim, tenho que sempre olhar para frente, andar de cabeça erguida como faz José Sarney, sem medos, sem escrúpulos, sem vergonha, filho da puta, ainda por cima é imortal, pagou quanto pela cadeira? Pagou nada, roubou, pegou a força de algum velho.
Enfim, aprendi muito mesmo nesse ano, a paternidade lapidou minha paciência, e exercitou minha humildade, por isso entendi que tenho que valorizar meus bravos e criativos adversários.
Seja ele negro ou branco, mulher ou homem, porco ou peixe, o importante é que estamos no Brasil somos todos irmãos e no final tudo acaba em pizza.

Por isso mostro e saúdo o primeiríssimo lugar, no alto do pódium, porco pizza.


Segundo lugar, mas não muito longe, bem pertinho, quase empatado, peixe pizza.


Terceiro lugar, e muito feliz com isso, Pão Pizza ou Bruschettão.

Ingredientes:

• 1 pão italiano, tipo filão.
• 5 tomates picados.
• 5 dentes de alho, picados.
• Azeite de oliva.
• 150g de queijo prato.
• 150g de queijo mussarela.
• Queijo parmesão, de preferência ralado na hora, de 50 a 100g.
• Manjericão.
• Pimenta do reino.

• Sal.

Só que antes do habitual vídeo modo de preparo, produzido pela Vergonha Alheia Própria Produções, que este ano contou com o maravilhoso apoio da EADM,D,X&R (Escola de Artes Dramáticas Marmo, Dolabella, Ximenes & Reymond), Escola Duarte's Dramáticas e os workshops de atuação "Um Garanhão Se Faz Com Um Limão", com o professor Zé Mayer e "Não Estou Gritando, Só Estou Atuando", com Tais Araujo e Camila Morgado.
Meu muito obrigado também a todos que acompanham o blog, amigos queridos para quem tenho muito prazer em cozinhar, que 2010 seja tão espetácular como foi 2009, um ano que marcou pelo surgimento do blog o nascimento da minha filha comemorando meus oito anos de casamento e de idade da minha cachorra e filha mais velha Baba.
Por isso Feliz Ano Novo, e que 2010 seja bem mais que 10!!!
(frase Bial, no final).





terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SE HAY FILÉ, SOY CONTRA!!




















Vamos falar de carnes!
O contra filé é uma carne proletária, classe média, quase alta.
Não é o rico e sofisticado filé mignon, e nem chega a ser o primo pobre e sempre sem dinheiro, coxão duro.
Aliás na Argentina o contra filé é muito apreciado mas com o nome de lomo. Lomo é um pedaço de carne com uma pequena capa de gordura, muito suculenta e saborosa, nada a ver com essas camerinhas de plástico que fazem a cabeça da galera hypster ou hype, pessoas que se alimentam de tendências, mas quase sempre estão atrasadas quando estas moram no Brasil, ou porque algum gringuinho mais sofisticado, que outro, com mais dinheiro e seguidores no twitter resolve usar uma echarpe rosa com plumas, um bigode e ressucitar um walkman de fita K7, daí todos eles e elas entram em parafuso e as lojas lucram.
O contra filé é um corte retirado perto do lombo da Geisy Arruda, opa, sem ofensas as vacas, desculpem. Como Paulo César Peréio já disse um dia numa de suas entrevistas...
"A carne viva ou morta tem que ser respeitada."
Quando viajei para a Argentina e lá comi muito bem, me deparei com os mais incriveis sabores.
Lá a carne é muito bem tratada e admirada, creio que até mais que na Índia. O nomes que cito, lomo, chorizo fizeram parte do meu cardápio diário. E claro que uma perguntinha aqui, outra ali, enquanto comia nos restaurantes, me ajudou a desvendar alguns segredos do preparo dessas carnes. No Brasil tive apenas que traduzir esses nomes, nada que o google não forneça.
Do mercado para a casa é só colocar tudo em prática, acrescentar algum segredinho de mãe ou sogra, valeu dona Elusa, e esquentar a chapa.
No post mostro que o segredo para um bom bife está nas suas mãos, tão perto e você não sabia.
Fico com as palavras do poeta Humberto.

"Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o dia já chegou"

Sem mais delongas vamos a outro filme espetácular, da Vergonha Alheia Própria Produções, para gravar esse post tive vídeo-aulas com mestre da vergonha alheia, Marcos Mion em suas brilhantes atuações no seriado Sandy e Junior e claro o apogeu de sua carreira de ator, a novela Bicho do Mato da Record. Aliás ele poderia ter ficado lá no mato mesmo.

Ingredientes:

• Contra filé, um bife com espessura de mais ou menos um dedo.

• Uma pitada de açucar.
• Sal a gosto.
• Azeite de oliva.


Modo de preparo:




Recapitulando, os pontos da carne estão na mão.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

HISTÓRIA VERDADEIRA UM POUCO INVENTADA DO CARRETEIRO.






















O arroz de carreteiro é um prato muito importante na culinária gaúcha. Está ligado a essa cultura tanto quanto o chimarrão e o churrasco. Na verdade o arroz de carreteiro é a vida após a morte do churrasco.
Depois daquele almoço farto de domingo, onde o gaúcho se empanturra de carne, o que ele não conseguiu engolir, que sobrou por um erro de cálculo, de noite vai se transformar no arroz de carreteiro.
Lembro dos acampamentos com os amigos, onde tive minhas primeiras lições de culinária, os mesmos erros de cálculos aconteciam garantindo o cardápio da noite. Aliás certa vez num acampamento o amigo encarregado do carreteiro daquela noite pergunta ao cozinheiro mais experiente que no dia estava de folga:
– Tchê, mas quantas xícaras de arroz boto para fazer o carreteiro?
O cozinheiro com experiência e com fome, mas sem paciência responde...
– Bah loco, só eu como uma!
Ele conta então oito pessoas no acampamento, e coloca numa pequena panela a quantidade que julga correta. Vinte minutos depois a panela transborda, a cena é hilária todos sentados olhando, esperando pacientemente o arroz ficar pronto e veem a tampa da panela subindo lentamente, cada um com sua cerveja, rindo do espetáculo, enquanto o cozinheiro inexperiente esbraveja, e culpa o outro.
O sabor orginal do carreteiro vem do charque, carne salgada e muito deliciosa.
Era produzida nas charqueadas e consumida por todos brasileiros, mais precisamente os escravos, era o alimento que ia pra as regiões que produziam café e cana-de-açucar e para a região mineradora. O charque foi o responsável pelo crescimento da economia gaúcha, no entanto o charque gaúcho tinha preço maior ou similar que o produzido no Uruguai ou Argentina, devido a onerosas taxas tributárias instituídas pelo império aos estancieiros gaúchos, o que deixava o custo da alimentação dos escravos bem maiores para o resto do Brasil, pois o charque era o alimento das senzalas. Então para o resto do país era muito mais vantagem comprar dos hermanos, que com o dinheiro compraram instrumentos musicais, montaram uma banda, e gravaram o sucesso Ana Julia.
A Província de São Pedro do Rio Grande Sul, ficou indiginada, pois a música além de horrível foi financiada com um dinheiro que poderia ser utilizado de uma maneira muito melhor pela província, que então declarou guerra e passou a se chamar República Riograndense de 1835 a 1845, tempo que durou a revolta contra o Império – Me nego a fazer uma piada de nerd.
Até hoje este prato é muio apreciado no Rio Grande do Sul, uma receita que passa de pai para filho, pela sua simplicidade e claro pelo sabor incrível. Meu pai sempre fez um carreteiro de charque espetácular, elogiodado por muitos, lembro de ficar ao seu lado, roubando pedaços crus de charque, pegava alguns cubos da tábua onde ele cortava, e saia bem faceiro degustando essa especiaria gaúcha, depois voltava e repetia a façanha, até ouvir um...
– Sai daqui guri de merda, senão te corto os dedos.
Hoje o Brasil todo consome, como faziam antigamente só os escravos, mas alguns restaurantes fazem de uma maneira mais requintada, metropolitana. Restaurantes charlatões preparam o carreteiro com bacon, pimentões, tomate, ervilhas e mais outros legumes frescos. Bobagem.
O carreteiro tem ser feito da maneira clássica.
Arroz, charque ou sobra de churrasco, cebola, alho e no máximo um pouco de salsa e cebolinha.
Lembrem, os clássicos nunca morrem, exceto quando são assassinados, como fizeram com as embalagens de fermento Royal e Maizena.

VOLTEI DE CARONA COM O CARRETEIRO.

















Eu voltei!
Saudades do blog, me afastei com um misto de licença paternidade e preguiça que se apossaram de minha pessoa.
Fiquei sim, trabalhando e curtindo nos momentos de folga minha querida, amada e bem feita filha Alice. Segui uma receita de muito amor, pornografia em super 8, pitadas de revistas suecas e 1kg de Carlos Zéfiro. Regada a muito Marvin Gaye e Barry White.
Volto, como diriam os tarados Dominguinhos e Nando Cordel, na canção:
"Trazendo na mala bastante saudades."
Mas nesse tempo todo que estive longe, estudei, aprendi e dominei receitas que virão impávidas como Muhammad Ali, virá que eu vi, tranquilas e infáliveis como Bruce Lee.
Receitas que cairão muito bem, como nosso poeta Caetano, autor das frases acima, em seus shows maravilhosos e escorregadios.
Para esse post-retorno, apresento o carreteiro de charque. Prato típico do Rio Grande do Sul, terra de Getúlio Vargas, Elis Regina, Gisele Bündchen e Jesus Cristo.
Essa iguaria gaúcha, o charque, principal ingrediente do arroz de carreteiro, foi um dos grandes motivos da Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha.
O nome arroz de carreteiro, é dado porque os pilotos das carretas, carros de bois que atravessavam o Brasil, sempre levavam consigo dois produtos abundantes do Rio Grande do Sul, arroz e charque para sua alimentação, a receita básica, sem frescura e muito saborosa será ofercecida agora pelo blog. Receita clássica.
No vídeo do modo de preparo apresento um almoço para 15 pessoas, a proporção é gigante, aqui descrevo uma receita menos numerosa, algo para 6 pessoas, o preparo é o mesmo.

Ingredientes:

• 500g de charque.

• 3 cebolas picadas
• 4 dentes de alho, picados

• 3 xícaras de arroz, parboilizado.
• salsa e cebolinhas picadas


O modo de preparo está no vídeo, outro da Vergonha Alheia Própria Produções.
Confira, mas já aviso, está uma merda.
Mas merda por merda, não perca Páginas da Vida com Taís Araújo, José Mayer e Thiago Lacerda.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

UMA PEQUENA PAUSA















Querida audiência do Culinária Tosca o blog vai passar por um pequeno recesso, coisa de algumas poucas semanas. Não que o sucesso tenha subido minha cabeça, longe disso, continuo o mesmo homem, tosco e humilde.
Digo, isto, pois quem me vê nas páginas da revista Imagine, na foto acima, pode pensar isso. Essa revista chegou na minha casa no dia 20 de julho, no mesmo dia em que eu, Lucia e Alice voltamos para ela.
Minha pequena pausa no blog se justifica porque, dia 19 de julho veio ao mundo meu melhor projeto, minha melhor receita, feita em conjunto com minha amada Lucia Farias, uma guria espetácular de nome Alice.
Conto aqui a breve história de Alice...
Motivos de sobra para eu me afastar, um pouquinho.

Nasceu nos embalos de sábado a noite, na verdade, domingo de madrugada, quando a festa está esquentando.
Partimos para a onda do parto humanizado, uma corrente muito legal, onde a prioridade é o parto normal, sem cortes, anestesias e tudo mais. O único analgésico é uma banheira com água a 37 graus.
Isto tudo seria feito em minha casa, mas algumas coisas não sairam como planejamos, Alice, assim como seu pai, tem muita sede, gosta de beber, e seu líquido amniotico estava abaixo do esperado para um parto em casa.
Na quinta feira estava em uma pauta e Lucia me liga dizendo, vamos para o hospital, sexta, dia 17, aniversário do meu estimado amigo, colega e irmão Bruno.
Fomos para o hospital que aceitaria nossa condição de parto humanizado, o São Camilo, mas não havia vagas no berçario, em nenhum dos três hospitais da rede, que nosso convênio pagava.
A única solução para o parto humanizado era o São Luiz, apenas ele aceitaria nossa equipe de parto do GAMA, grupo de apoio a maternidade ativa.
Mas o São Luiz, estava longe das nossas posses, o valor do parto é praticamente uma viagem a Europa, mas o bem de quem se ama não tem preço, pelo parto humanizado, pela saúde de minhas mulheres, diga a tesouraria do São Luiz que fico, pois como diria o sábio filósofo Tim Maia:
"Quando a gente ama, não pensa em dinheiro."
Lucia teve que induzir o parto, na verdade quem induziu foi a doutora Andrea. Fomos para o nosso quarto as 16 horas, hora que começou o trabalho de indução, depois de acertar tudo com a tesouraria, claro. Por volta das 19 horas chega a assistente da Andrea, Ana Cris que começa com os exames, e cuidados para um bom parto.
Então depois de 36 horas de medicamentos que antecipam contrações, Lucia foi para a banheira do delivery, lá estava eu, Dra Andrea, que me passa uma paz por ser parecida com a Jessica (uma colega minha de faculdade, a primeira a ser mãe de minha turma), Ana Cris e o pediatra Cacá, além de uma trilha sonora primorosa tocando no nosso I-pod, sucessos de Roberto Carlos, Mutantes, Jonhy Cash, Doors, Beatles, Stones, Ronnie Von, Bowie e muitos outros.
Mas gatinha estava cansada e nossa Alice não pode nascer na água, fomos para então para cadeira de parto, nesse momento fiquei nas costas de Lucia, eu era um encosto, dos bons, dando todo apoio, contando piadas internas, cantando as músicas baixinho no seu ouvido, canalizando a inutilidade masculina nessa situação em uma coisa boa, positiva.
Pois se você é homem se acha uma pessoa útil no mundo, espere até sua mulher ficar grávida.

Vocês não tem idéia da felicidade que tomou conta de mim quando ás 00:49 do dia 19 de julho nasceu Alice, ao som de Lovin' Spoonful, Daydream, depois My best friend do Jefferson Airplane e Jorge Ben com Eu Vou Torcer.
Foi tudo muito mágico, a melhor e maior sensação da minha vida.
Nenhuma droga, comida, sexo, (bom isso não posso afirmar com tanta propriedade, pois a concepção de Alice, aaaaahhhh), enfim, dá o barato do nascimento de um serzinho tão especial.
Com cordão e tudo foi entregue em nossos braços, ficamos com ela por longos quinze minutos de muita fama. E eu cortei o cordão no final, os médicos fazem isso para que a gente não se sinta tão inútil.
Ainda há muito o que contar, mas como disse, essa é uma breve história.

Mas para você querido leitor, não ficar sem receita, aqui vai o vídeo do Caldo de Pequenita, ou Sopa de Guria Linda.
Bom filme!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SE NÃO DÁ PARA FRITAR, NÃO VALE A PENA COMPRAR






















Minha afirmação pode parecer radical, mas para quem não sabe cozinhar ou sabe pouco, esse é uma dica infálivel para quem está no supermercado sem idéia do que colocar no seu carrinho.
Quase tudo na vida dá para fritar, os franceses que o digam, na Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra, os ingleses esperavam seus rivais com barris de óleo fervendo, e usavam como uma arma fatal, dando um banho quente nos compatriotas de Joana D'arc, não poderia eu dizer se eles ficavam saborosos, mas a lista que dou agora comprova o que disse no começo e agora repito.
Quase tudo dá para fritar e fica bom.
Carnes, legumes, queijos, frutas, pães, chocolates, ovos, massas...
Enfim, coloque na sua lista de compras o que for, mas nunca deixe de colocar azeite ou óleo de cozinha e claro uma boa escumadeira.
Quem lê o blog pode por um pequeno instante pensar que estou exagerando, porém não estou, no mesmo nível que fritura em excesso pode te matar, ela não deve ser vista com tanto temor, pois ela pode salvar tua vida, num caso de muita fome e pouco tempo, e também quando tiver uns amigos que aparecem sem avisar na tua casa e tu não tem idéia do que servir. Basta esquentar o óleo e jogar, o alimento escolhido.
Eu citei que podemos fritar chocolate, e não minto, em um futuro post quem sabe, darei a receita de twix frito, ainda não é o momento, não me sinto preparado para fazer aqui no blog. Mas conto como aprendemos, eu e minha namorada, essa deliciosa sobremesa. Uma vez depois de assistirmos o filme Super Size Me, A Dieta do Palhaço, eu e Lúcia além de ficarmos com muita vontade de comer um lanche do Mac Donald's, vimos no filme algumas várias marcas de chocolate que foram para o azeite, entre elas o twix, corremos para o computador, pesquisamos os ingredientes, e voiala, comemos cerca de 6 twix fritos envoltos em uma massinha tipo a de tempurá. Alías viva a culinária chinesa e a japonesa, com seus tempurás, vantans, onions rings, rolinhos primavera, peixes e frangos fritos.
Um viva também para as feiras e rodoviárias com seus pastéis, coxinhas, bolinhos de bacalhau, kibes, risólis, croquetes, espetinhos de frango e camarão, que nos fazem criar fortes anticorpos.
Sou um apaixonado por frituras, o som, aquele tssssssssss, o aroma, o crocante da batatinha, mandioca ou polenta. Tudo que é frito ganha um lugar especial no meu coração, um lar nas minhas coronárias.
Sei que vou morrer um dia, mas levarei comigo a lembrança das sextas gordas da faculdade, reuniões saborosas, onde em todo encontro fritávamos um único cardápio. Começamos com batatas, depois na outra semana, mandiocas, depois pastéis, sempre ao final de cada reunião tomávamos uma xícara de chá de boldo sem açucar para amenizar um pouco a culpa. Elas duraram poucas semanas, queriámos um futuro.
Outra lembrança que levarei comigo é o sabor do primeiro fish and chips embrulhado em papel que comi no parque de Dublin, além do sabor levo comigo o momento que vivi com meus amigos, sentado na grama, embaixo de uma árvore, num raro dia de sol da capital irlandesa.
No entanto não morrerei sem antes voltar a Argentina e fritar um sorrentino. Uma espécie de ravioli gigante recheado com presunto e queijo, normalmente, existem outros recheios, é uma iguaria italo-argentina, feita com diversos molhos, o popular é ao sugo, quatro queijos, mas desde o dia em que comi meu primeiro sorrentino pensei neles mergulhados em óleo quente, saindo dourados pronto para serem consumidos.
Posso sim morrer do coração por culpa das frituras, mas é do coração que morrem os apaixonados, os românticos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

RAVIOLI FRITO






















Coragem amigos o culinária tosca vai ampliar seus horizontes.
Não tenha medo de fritar nada, o óleo só melhora o sabor dos alimentos.
Esse post será o primeiro de um especial de frituras no blog, coisas que você nunca imaginou jogar no azeite, das mais diferentes formas, mas em doses homeopáticas, um de cada vez, para não matar ninguém e não te deixar com a cintura confusa do Fausto Silva, nem daquele apresentador do video-show, não o inexpressivo do Luigi Baricelli, esse nem vale a pena citar, aquele outro rapaz que nem para malhação servia.
Enfim, o filme está uma beleza, mais um passo que dou na brilhante carreira de atuação, fiz cursos que me ajudaram muito, como a Escola de Auto-Controle para Atores, Theo Becker, e o ingresso no nível Gabriela Duarte, da escola Duarte's Dramáticas.
Confira mais um suceso do Vergonha Alheia Própria Produções, ravioli frito.
Antes os ingredientes:

• Uma bandeija de ravioli (carne, frango, 4 queijos, ou presunto e queijo).
• Azeite, óleo de cozinha.
Essa receita é mais díficil que escrever roteiro de filme pornô.

O modo de preparo está no filme.
Bom filme!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

LEMBRANÇAS DE FOIE GRAS





















Sempre gostei de patê de fígado, mas nunca gostei de fígado.
Tenho essa mesma relação com o leite, tomava por obrigação, gosto de todos seus derivados, queijo, iogurte, requeijão, coalhada, manteiga, mas leite, não. Gosto é do café puro.
Travei incríveis duelos com minha mãe para não tomar leite. A negocição chegou a tal ponto que ela deixaria eu tomar uma xícara de café toda tarde, desde que de manhã e a noite eu tomasse um copo de café com leite, ou leite com nescau.
Desde guri fui muito seletivo para comer, para não dizer chato, gosto das coisas separadas, primeiro a salada, depois, carne, feijão, arroz, tudo bem separadinho. Isso ainda acontece, mas na infância era bem mais evidente.
Quando rolava um sopão, aquela canja,
nesses grandes almoços de familia, os únicos miúdos que comia com muita vontade era a moela e o coração, o fígado deixava para o meu pai. Que saudade dessas reuniões de familia, os animais que me desculpem, mas o sabor da carne de um bicho recém morto é sublime, é o paraíso do sabor, tenho essa sensação uma vez por ano quando vou pescar, limpo o peixe, e faço na hora, ainda com o sangue quente. Mas naquele tempo, minha avó ou tias pegavam uma galinha do galinheiro, aquelas escolhidas a dedo, com coxas bem torneadas, que dão um belo caldo. Na verdade o big brother foi baseado nessa seleção, tu olha a melhor galinha que está no confinamento, daí ela é escolhida, e vai parar nas páginas da playboy, ou na panela.
Voltando ao foie gras, mas ainda falando de morte, sabemos que é uma brutalidade com o animal. O pobre ganso ou pato ganha uma alimentação forçada para o fígado ficar bem maior que o normal e com uma cor, de vermelha saudával para um rosa duvidoso. Fazem os pobres bichos comerem bem mais do que podem aguentar, e ficarem com o fígado pior que o do Zeca Pagodinho.
Eu não tenho muito esse paladar refinado para caviar e foie gras, mas nos lanches da tarde, com pão novinho em folha, aquela bisnaga, ou uma latinha de patê de fígado, eram para mim artigos finos, o foie gras mesmo, só fui comer creio que com meus 28 anos, na Espanha, mais precisamente em Maiorca, Palma, num barzinho de tapas, não gostei muito, pois era misturado com uma geléia que deixava o sabor agridoce, e tenho uma paladar mais simplificado do que refinado. Gosto do que é doce e o que é sal, servidos separadamente, cada um com sua particularidade.
Dias depois que saí da Espanha eu e gatinha fomos visitar minha cunhada Jeanine e seu marido Giovani em Portugal, ele ainda estava no Uruguai, nos encontraria dias depois, já alojados em sua casa.
Já minha cunhada Jeanine, que estava com a gente na Espanha, mas voltou antes, nos esperava com um banquete, aliás sempre que visitamos a Jã, ou somos visitados por ela, comemos muito bem, e essa vez em Portugal, não foi diferente. Já de chegada, tâmaras com bacon, queijos e claro, foie gras, desta vez, sem geléia. Comi muito, gostei bastante, acabei com o pote.
Na semana Jã continuou nos alimentando muito bem, a gatinha ainda não estava grávida mas já estava com um desejo enorme de comer o patê de fígado feito pela irmã Jeanine.
Giovani chegou do Uruguai, passou no mercado em Coimbra, antes de chegar até o Carvalhal de Azoia, uma aldeia da freguesia de Samuel, onde eles moram, trazendo uns pães saborosíssimos.
O patê de Jeanine me foi apresentado pela primeira vez, em grande estilo com os paezinhos portugueses, e eu fiquei viciado no sabor, mais uma vez gatinha me dá uma dica valiosa...
– Tu podia, prestar atenção e aprender, pra fazer pra mim!
Claro que como todo homem de juízo, eu obedeço.
Mas como diz a gatinha, sou meio peixe, e na hora já esqueço.
Volto para o Brasil, e decido no meu aniversário fazer a receita. Mando um e-mail, sem resposta. Tento o Skype, sem sucesso, então encontro minha cunhada Juliana, no skipe, que pesquisa nos manuscritos da familia Menezes Farias e me dá os passos para o preparo. Dias depois Jeanine responde meu e-mail, dando toda a receita, que já tinha feito no meu aniversário e foi aprovada pelos convivas, antes tarde do que mais tarde.
Chegamos enfim ao dia de ontem, 23 de junho, decido homenagear o São Paulo Fashion Week, procuro o e-mail de Jeanine, devo ter deletado acidentalmente, ligo o skype, falo com Juliana, ela me dá uma receita que parece ser ainda mais complicada que a da primeira vez que fiz.
Então decido puxar da minha memória, e, como vocês agora sabem, isso não será nada fácil.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

FOIE GRAS PÃO COM OVO

















Segunda feira, 22 de junho de 2009, último dia da 27ª semana de moda de São Paulo. O tema dessa edição, o ano da França no Brasil. Fico pensando na minha vida fora do evento, as saudades de comer com tralheres, os almoços com minha namorada e a galera do estúdio que ela trabalha. Mas bate bem forte também a saudade do meu blog, e de postar, já são duas semanas afastado, vivendo para a moda nos pavilhões da bienal.
Nessa segunda 22, almoço no quitanda com a galera do estúdio, parte dela na verdade, e falamos claro entre as muitas bobagens sobre o culinária tosca e o SPFW.
Eu digo:
– Acho que vou fazer um post sobre mandioca, para homenagear as milhares de passantes que circulam pelos corredores.
Deixo claro que nada tenho contra, mas como fotografo os looks da estação, fico um pouco chocado com toda essa gente que se monta para o evento. Seja hetero, biba, bolacha ou pan-sexual como o Serguei, que tenha um pouco de bom senso! Isso, aliás, tem que ser a primeira peça do seu vestuário. Sou vaidoso, gosto de escolher uma roupa legal, acredito ela ser nossa embalagem, mas use com parcimônia - faz bem para ti e para os olhos dos outros.
Bom, o povo da mesa ri com a idéia do post, mas ainda não parece ser uma boa piada.
Até que tenho a brilhante idéia de homenagear mesmo o tema, França no Brasil, o que é famoso na terra do Louvre? Foie Gras. O que mais há nos corredores do São Paulo Fashion Week? Bichinhas pão com ovo. Então lanço ao povo da mesa:
– A próxima receita do culinária tosca será o Foie Gras Pão com Ovo.
A reposta...
– Hahahahahahahahahahahahahaahahahahahahaha
Receita mais do que aprovada pelos meus conselheiros.
Mas alguém se preocupa e pergunta:
– No que consiste a receita?
– Como a Pão com Ovo não tem dinheiro para comprar o verdadeiro patê de fígado de ganso, eu resolvo seu problema com um delicioso Foie Gras feito com fígado de galinha mesmo. Isso sim é um pouquinho de Brasil, iá iá.
Saio do almoço e vou para a o prédio da Bienal do Ibirapuera, lá trabalho no meu último dia.

Agora é terça-feira, dia 23, estou no meu maravilhoso lar, saio para o mercado. Vou comprar os ingredientes:

• 1kg de fígado de galinha.
• 1 manteiga (usar meio tablete, embora manteiga nunca seja demais).
• 1 maço de tempero verde (pode usar meio, mas isso depende do seu gosto).

• 1 cabeça de alho (aqui se quiser usar uns 8 dentes, vai do gosto, eu gosto com muito alho).
• Sal a gosto.

Para o modo de preparo, mais um maravilhoso filme da Vergonha Alheia Própria Produções.
Uma empresa tão grande quanto o número de modelos que discutem Nietzsche e Proust.
Bom filme a todos.



Para quem não tem um processador de alimentos, um liquidificador funciona muito bem.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

RECICLAR É VIVER




















Pois não é que é mesmo.
Reciclar é dar uma segunda, terceira, ou inúmeras vidas a algo que não tem mais a mesma utilidade para nós.
Aprendi a reciclar com os Menezes Farias, famila que muito amo e estimo, a caçula dessa familia, trouxe essa conciência para mim. Comecei depois de namorar Lucia a separar o meu lixo, e isso mudou minha vida, nos lugares onde não via isso, e acabava por essas circunstâncias não fazendo, me sentia sujo, pior que o lixo descartado.
Virei um cara radical um defensor da causa.
Nos acapampamentos, nas caminhadas pelo campo e cachoeiras de Santa Maria e arredores, levava minha sacola, embora muitas vezes tu encontra muitas delas espalhadas pelo caminho, digo natureza. Isso aliás me revolta muito, numa das caminhadas de verão, no caminho encontrei umas três sacolas, penduradas em árvores, cheias de latas de cerveja, o que para mim é muito pior, imagine, se a pessoa tem a incrível idéia de levar uma sacola, para recolher seu lixo e não deixar espalhado no meio ambiente, porque não faz o serviço completo? Não leva consigo tudo aquilo que trouxe.
Isso se repetiu em praias, em Canto Grande, Santa Catarina, onde encontrei dois grandes sacos pretos de lixo, espalhados pela areia, e consegui enche-los, em apenas uns 500 metros de caminhada. Como podem fazer isso? E a educação?
Lembro uma vez que estava na praia com minha mãe e joguei, um papel de picolé ou palito, não sei ao certo o lixo, mas lembro de na hora receber uma mão na minha orelha, com o nobre intuito de arrancá-la, dona Roselene fez eu me abaixar, sem soltar da cartilagem, juntar o objeto descartado, e me guiou, repito, sem soltar da cartilagem, até um cesto de lixo.
Isso se chama, educação.
Não lembro o que joguei no chão, mas nunca esqueci mais onde era o seu lugar. Mas quando minha mãe era viva, pouco ou nada se falava de reciclagem, ela morreu em 1992, antes da ECO 92, no Rio de Janeiro.
Chegou o ano de 2001 onde começo a namorar Lucia, a menina que me deu juizo, mas mais do que isso me apresentou Giovani Alencastro, engenheiro florestal que me pós-graduou em reciclagem e defesa do meio ambiente.
Reciclar a natureza ficou pouco para mim, então parti para reciclagem culinária, algo como o restaurante Lavoisier, onde nada se perde, tudo se transforma. Na minha familia essa reciclagem era mais comum. Aquele famoso arroz de soborô, onde tu pega tudo que algum dia já foi prato principal na semana, mas na sexta feira, retornam, acompanhadas, pelo sempre bom companheiro, arroz.
Também temos os famosos casos, natal, onde se come peru até o fim do ano, e na festa de passagem de ano, onde comemos lombo de porco, lentilha, inúmeros outros pratos, até aproximadamente o carnaval, onde se come qualquer coisa.
Os aniversários também são datas da reciclagem alimentícia. Nas festas aqui em casa costumamos comprar enormes sacos de batata frita, uma espécie de Pringles do terceiro mundo, mas são muito boas para acompanhar uma cerveja. No entanto partimos para seguinte matemática, é melhor que sobre do que falte. E sobra muito.
Numa segunda-feira, pós aniversário, resolvo então abrir a geladeira para ver o que posso fazer para o jantar, o que melhor poderia acompanhar as tais batatas. Encontro um frango, comprado no domingo, uma cebola. Na despensa, uma lata de tomates pelados e uma de creme de leite.
Assim nasce, o frango reciclado.

terça-feira, 2 de junho de 2009

FRANGO RECICLADO






















Começo o vídeo dizendo, reciclar é viver.
No primeiro longa do culinária, a trilogia, frango reciclado, conta com a participação da talentosa diretora Lucia Farias e com a atuação mágica de Baba Nabunda, a cachorra multimídia. Sim, ela já saiu na revista Elle e na Capricho. O currículo de Lucia é bem mais extenso, precisaria um post inteiro para contar todas funções que essa brilhante e amada mulher tem, sim, eu sou suspeito para falar, mas creio que a audiência do blog confirma, por falar em blog, foi por causa dessa linda guria que comecei a cozinhar, muito ela me ensinou, noutras me estimulou, inclusive saí da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para morar em São Paulo. E assim como Dado Dolabella e Maradona, construir uma carreira.
Mas voltamos a culinária, porque frango reciclado?
Bueno, num daqueles domingos que eu não queria cozinhar, comprei um frango de televisão de cachorro, eu e minha guria comemos o dito, bem esparramados no sofá, acompanhado de polentas fritas e uma saladinha, para tirar a culpa da fritura.
O tempo passa, e a galinha passa a morar dentro de minha geladeira, chega quase a constituir familia. Então num sábado, véspera de seu aniversário de uma semana, retiro a galinha da geladeira, assim como a Band fez com a Gallisteu.

Vamos aos ingredientes:

• Frango assado, frango de padaria ou de televisão de cachorro.
• Uma lata de tomate pelado.
• Uma lata de creme de leite.
• Um tablete de caldo de frango.

• Uma cebola picada.

• Dois dentes de alho, picados.

Modo de preparo, na trilogia, Frango Reciclado, uma distribuição Vergonha Alheia Própria Filmes.
Parte 1: O Desafio do Desfiar.
Antes de assistir...
Olha aqui esse jogo que eu inventei.
Conte quantas vezes eu falo a palavra AQUI, nos três vídeos e ganhe um Culinária Tosca na sua cozinha. O prato que esolher!



Parte 2: Outras mãos que ajudam



Parte 3: Já tá gravando? Pode ir? Já tá gravando? Ah tá...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

CULINÁRIA TOSCA, NO FIZ



















Gurizada medonha que acompanha o blog, hoje (03 de junho) a partir das 23:15 no canal FIZ, no programa Top.Lá em Casa, vai rolar a estréia na TV do culinária tosca (canais
20 na TVA; 77 na JET; 366 na Telefonica TV Digital; 36 na CTBC; 75 na TVN).
Apareçam.
Quem quiser ver mais dos vídeos do culinária tosca, basta clicar no link abaixo e votar nos vídeos.

http://fiztv.uol.com.br/f/Usuario/index/16061

segunda-feira, 25 de maio de 2009

ACORDA VIVENTE!












Difícil na vida para mim é acordar. Sempre foi, se preguiça fosse virtude, eu seria o cara mais virtuoso do mundo. Mas a bem da verdade sou um pecador, peco por gula a menos tempo, luxuria desde os onze, não, não sou tão precoce, é que já assaltava a coleção de playboy e revistas suecas do meu primo, no entanto a preguiça, creio que desde o dia que nasci. Acredito que a cesariana foi porque não queria sair da barriga de minha mãe, tava tudo tão quentinho, devo ter pedido mais cinco minutos, mas a equipe médica não me atendeu.
Vários casos, muitas histórias. Tem uma com minha irmã, que dormia no quarto ao lado, estudava de tarde e de noite, fazia cursinho, e eu de manhã, colocava meu despertador para as 7:00, 7:15 minha irmã entrava no quarto, espumando de raiva e pedia educadamente:
– Desliga esta merda e acorda!
Depois minhã irmã decidiu ir embora de casa, não por minha causa, arrumou um emprego numa cidade vizinha.
Sobrou para o meu pai, que estava aposentado, ele dormia no apartamento ao lado, e sempre a mesma coisa, eu arrumava o despertador para as 7:00, 7:30 entrava ele no meu quarto, brabo, me arrancando da cama, principalmente no inverno. Estudar de manhã no Rio Grande do Sul, é algo que nos torna pessoas melhores, mais fortes e mais sofridos. Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra. É o que diz o hino rio grandense.
O tempo passa, segundo grau, completo. Chega a faculdade, me formo em 01/02/03. Essas missões foram cumpridas, com muito esforço claro, mas cheguei no final dessas etapas.
Saio do Rio Grande do Sul em 2003, chego na terra da garoa, agora é trabalho, acabou a moleza da vida de estudante. Acabou na teoria, pois continua sendo para mim a maior tortura acordar cedo. Mas um homem tem que enfrentar seus demônios.
Agora vivendo uma vida a dois, na verdade três, eu minha mulher e a cachorra, a cama fica muito mais legal. Dormir de conchinha, bem abraçado, o que era bom, realmente fica bem melhor.
Por pouco tempo tive emprego fixo, com o tempo ganhei minha alforria e virei um free lancer, trabalhador autônomo, já minha gatinha, Lucia, trabalhava numa empresa, tinha um crachá, horários para cumprir.
Acordava mais cedo que eu, mas gosta muito da minha companhia, por isso sempre dava um jeito de me tirar da cama. Certa vez suas artimanhas tinham acabado, nenhum argumento era mais poderoso que os lençois.
Então já sem esperanças ela liga a televisão, e vê Ana Maria Braga, com um senhor, um pescador que dá a receita de uma costela em uma panela de pressão. Ela da sala grita:
– Tá dando na Ana Maria um receita de costela.
Levanto num salto, corro pra frente da TV, lá vejo a loira com um senhor muito simpático porém ranzinza. A receita muito fácil, eu louco por um churrasco há tempos, vejo o programa e quase não acredito. Dorival Bertolazzi o pescador, conta como decidiu fazer.
Ele revela que não gosta de bêbados, eles numa pescaria só servem para sentar no isopor e quebra-lo. Costuma pescar sozinho. Numa ocasião tinha apenas 2,5 Kg de ripa, ou ponta de agulha, 1 Kg de linguiça de porco e uma panela de pressão. O que ele fazia com uma panela de pressão numa pescaria acredito que nem ele mesmo saiba, mas ainda bem que ele tinha, pois inventou um prato que salvou minha vida.
Depois de ver o programa corro para rua, para comprar as carnes e uma panela de pressão.
Obrigado Dorival!

sábado, 23 de maio de 2009

COSTELA NA PRESSÃO






















Trabalho só, fico meio perdido quando tem gente por perto enquanto filmo os posts. Devido a isso, normalmente esqueço de muitas coisas, como não colocar a panela na frente dos ingredientes. Precisaria só de uma produtora para me dar essas dicas preciosas, mas engasgo com alguém por perto. Quem sabe quando eu cursar todas matérias da Escola Duarte's Dramáticas, eu aprenda a contracenar, ter outras pessoas no set e não ficar nervoso.
A Escola Duarte's Dramáticas forma o ator em vários níveis profissionais, é algo como as cores de faixas nas artes marciais. o primeiro nível ou faixa branca, o estágio Paloma Duarte, depois vem o Gabriela Duarte, o Débora Duarte, o Regina Duarte, e por último, a faixa preta da atuação, o nível Lima Duarte.

Bom antes do tradicional filme, vamos aos ingredientes que ficaram escondidos.

• 6 linguiças de porco, (salcichão para a gauchada).
• 2 Kg de costela, ponta de agulha.

Esse churrasco será feito em uma panela de pressão, se ela for grande, beleza, trabalhe com essas proporções, se for pequena faça com 3 ou 4 linguiças e 1Kg de costela, de preferência, ponta de agulha.
O modo de preparo, está no filme.


O tempo de fogo para 2 Kg é de 40 a 50 minutos aproximadamente, para 1 Kg, 25 minutos.















Quando terminar o cozimento, retire as costelas e as linguiças e coloque numa forma e aqueça no forno por mais uns 10 ou 15 minutos. Para dourar bem.



















Depois pegue um saco ou uma sacola plástica, essa é a malandragem do pescador, e encha de gelo, coloque na panela. Toda gordura da carne vai grudar no saco gelado, pode então coar o molho e fazer o que quiser com ele.





















A sugestão é um arroz, ou só reserva-lo.
Fica assim.















Tente isso em sua casa. Costela na pressão, churrasco de paulista ou churrasco de apartamento.
O nome pouco importa, o importante é que é churrasco.

terça-feira, 12 de maio de 2009

DESAFIO DE TEREZA

















Tereza foi viajar, atravessou o Atlântico , para chegar na saborosa Lisboa.
Começou a arrumar suas malas na sexta, primeiro de maio, dia do trabalho, nesse dia veio posar em minha casa, ela e minha mulher faziam jus ao feriado pois tinham que entregar um projeto no sábado e passariam algumas horas na labuta e trocando figurinhas de viagem.
Tereza como já havia dito, arrumava suas malas, mas não apenas isso, arrumava também sua casa, nesse dia esvaziou sua geladeira e despensa e trouxe o jantar, na verdade trouxe muito mais do que isso, junto com uma abobrinha, dois tomates, um arroz árabe e duas peras, me presenteou com o desafio de criar um prato com essas iguarias.
No início, fiquei até com medo, mas ela disse que eu não precisava usar tudo na receita, fiquei mais aliviado. Peguei a abobrinha e os dois tomates e separei. Iria usá-los com certeza. O arroz árabe, uma mistura de arroz com lentilha, coloquei agora para morar em minha despensa, a foto da embalagem mostrava a foto de um kibe cru ao lado do arroz, preferi guardar até o dia que refizesse o tradicional kibe de minha familia. As peras, pelo amor do meu paladar guardei bem no fundo da geladeira, para nunca mais ver.
Fiz minhas escolhas, saí de casa para ensaiar, toco bateria, digamos que é outra cozinha onde trabalho. Com uma garrafa de vinho embaixo do braço e a dúvida do que fazer com uma abobrinha e dois tomates, sem respostas cretinas por favor, segui meu caminho, ensaiei, descarreguei todo meu strees nas peles e pratos, saí do ensaio levemente embriago e me dirigi ao supermercado.
Lá dentro volta para minha cabeça o desafio de Tereza. Lembro o que tem na minha cozinha. Requeijão e manteiga aviação, alho, além dos tomates e da abobrinha.
Então compro um belo pedaço de bacon, e só.
Volto para casa, lá reencontro as duas meninas que trabalham. Elas tem fome, mas quando comerem certamente vão sentir aquela canseira habitual pós refeição, e darão um tempo no trabalho.
Entro na cozinha, fecho a porta, me concentro, o desafio vai começar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

UMA ABOBRINHA E DOIS TOMATES




















De um lado pesando, 75 kg, pois é, tenho cozinhado bastante, medindo 1 metro e 71 de pura mentira, Ricardo Toscani,o Culináááááária Tosca. EHHHHHHHH, (a platéia delira).No canto direito, a temível abobrinha com seus comaparsas os tomates gaúchos gêmeos. Começa a batalha, Ricardo Toscani, em menor número decide usar uma faca.
Era uma vez uma abrobrinha, é cortada em tiras, de ponta a ponta, finas tiras de abobrinha. Com os tomates continua cruel, cortando os pobres em quartos e depois cortando em oitavos, pedaços de tomate por todo o ringue.

Nosso lutador vem para o segundo roud com os seguintes ingredientes:

Para as tiras de abobrinha:
• 2 colheres de sopa de manteiga.
• 3 dentes de alho, bem picadinhos.
• 250g de bacon, cortado em tiras, finas de preferência como a abobrinha.

Para os 2 tomates grandes picados:

• 1/2 copo de requeijão
• Pimenta calabresa, a gosto
• Pimenta do reino

• Folhas de manjericão
• 100g de queijo parmesão ralado, de preferência em pedaço, evite queijo ralado, aquele de embalagem, é provável que estrague sua receita, prefira um bom pedaço de queijo, desses de feira ou mercados públicos, muitas vezes vale a pena investir num bom ingrediente.

Começa o segundo round:

Numa panela refogue na manteiga as abobrinhas com o alho.
Em poucos minutos acrescenta as tiras de bacon.
Dá uma bela fritada no bacon, no ponto estilo café norte americano, bem doradinho.
Baixa o fogo e deixa o povo brigando ali dentro.

Terceiro round:

Refoga os tomates picados, no azeite de oliva, adiciona as pimentas, a calabresa e a do reino.
Começou a ferver, entra o requeijão na panela, mistura tudo, o queijo ralado vai pro apoio, o tomate se rende, chega o manjericão, vira covardia. Fim do terceiro round.

Quarto round:

O cuzcuz, chega para o acompanhamento, coloquei a semôla, que é essa farinha do cuzcuz, numa panela, uma xícara aproximadamente, coloquei uns 200 ml de água fervente, deixei descansando uns 7 minutos. Depois liga o fogo, acrescenta um pouco de manteiga no cuzcuz, assim como fez o Marlon Brandro. Daí tempera a gosto, pode ser só com sal, pois o molho que acompanha é o do tomate. Joga uma pimentinha, pouca, e depois de aproximadamente cinco minutos tá pronto. O acompanhamento pode ser um arroz, eu fiz cuzcuz, porque gosto bem mais. Aliás que brasileiro não gosta?

O prato montado fica assim.





















Foi uma luta justa e eu venci. Não é Tereza?

domingo, 3 de maio de 2009

CONTO DO VAZIO
















Sempre que há um convite para um churrasco, levo uma costela ou um vazio, também conhecido como fraldinha. Gosto muito de carne com osso, alías, gosto é do osso, sou que nem cachorro.
Mas essa carne, o vazio, é especial porque é uma carne macia, tem umas gordurinhas necessárias para ressaltar o sabor, e no boi; fica bem perto da costela de ponta de agulha, que acho a mais saborosa entre todas. No entanto o vazio além de ser barato, principalmente se comparado a uma picanha, que geralmente é a estrela de qualquer churrasco. Só que o vazio é o coadjuvante que rouba a cena em um filme e saí com a estatueta.
Minha história com essa carne vem dos churrascos com a gurizada, tanto a turma mais velha, a minha antiga banda travelling band, onde eu cantava, tocava gaita de boca e guitarra slide. Ou na turma da jogatina, pessoal que me ensinou as artimanhas do truco, bisca, escova e claro super nintendo.
Sempre que desço para o Rio Grande do Sul, dou um jeito de me juntar com esse povo, para recordar as bobagens e aprender novas malandragens do churrasco. Nem sempre consigo juntar todo mundo, mas sempre consigo me divertir muito com todos que aparecem.
Volto ao vazio, não o da vida, pois quem tem familia e amigos, tem conteúdo.
A história do vazio está ligada a esses dois elementos, familia e amigos.
Era dia 06 de fevereiro de 2003, aniversário do meu estimado amigo Cairale Wolf.
Nesse dia meu também amigo, e pai, Renato Luiz Toscani, fez para o almoço a peça de carne que me refiro nessa história. Comi incontáveis, suculentos e macios pedaços de carne. Enquanto comia perguntava ao meu pai, o que ele tinha feito. Porque aquele vazio estava daquele jeito?
Ele me responde com um sorriso de satisfação no rosto, algo que não sai da minha memória.
– Filho, experimentei algo que tinha um pouco de preconceito, esfreguei a casca de mamão na carne e deixei repousando de ontem pra hoje.
Cara não cuspi o pedaço de carne de minha boca em respeito ao meu pai e ao animal que eu mastigava, pois eu odeio mamão. E acreditem, mastigava pensando no mamão maculando a carne na noite anterior, tentava perceber o gosto e nada, a única coisa que essa fruta nojenta fez, foi deixar o pedaço de vazio, dourado e muito, mas muito, macio.
Após mais alguns pedaços depois da revelação, o almoço acabou.
Fui fazer nada, pois haviam se passado cinco dias desde minha formatura na faculdade de desenho industrial, habilitação em programação visual. Na agenda da tarde, um cafézinho, jornal hoje, video-show, novela, sessão da tarde, e só as 21 horas um futebol. O último da faculdade, os bixos tentavam nos vencer, nosso time era ruim, mas jogavamos rindo, o que sempre garantia nossa vitória. Tinhamos claro, três ótimos jogadores, Danico, Fred e Gorski, mas nem sempre contavámos com todo elenco.
Já tinha assistido toda programação da globo, por mais incrivel que pareça, até malhação. Meu telefone toca, era Cairale, dizendo que era seu aniversário e ele ia pagar algumas cervejas para os amigos, ele avisaria alguns, se eu pudesse avisar outros, e eu os encontraria depois do meu futebol.
Passada a atarefada tarde, 19 horas, duas antes do meu jogo, ataco a geladeira. Já uniformizado, com meias vermelhas, calção branco adidas, do Sport Clube Internacional, camiseta branca, tênis bege e sujo.
Retiro a sobra do almoço, esquento, e como sozinho os últimos dois pedaços de carne.
Chego no ginásio vazio, aqui não me refiro a carne, ás 20:30hs, fico aquecendo, chutando bola, correndo em volta da quadra. Chegam os primeiros colegas e adversários, mais aquecimento. Toca o sinal, todos já em campo, exceto nossa grande contratação para esse jogo de comemoração, nosso professor e patrono André Dalmazzo, mas como nosso time sempre foi superior resolvemos começar com um a menos mesmo.
Em todos os jogos eu começava como goleiro, no entanto, nesse optamos por colocar nosso melhor jogador nas traves, pois ele cumpriria dupla função.
Começa o jogo, bola para Ricardo Toscani, ele recebe na direita, dribla, corta para sua perna esquerda, vê o caminho livre, chuta em gol, e é Gooooooooool, sem chances para o arqueiro Gibran, que grita desesperadamente com seu time. Os bixos reagem, e empatam. Saída de bola os veteranos vão ao ataque, nunca perderam, não será desta vez, escanteio confusão na área, o goleiro do nosso time está no momento cumprindo a função de centroavante, bate e rebate, a bola cruza caí nos pés de Diego Quick, que vê a goleira oposta sem guadião e chuta, Ricardo Toscani vê a bola a caminho do gol, os bixos vão virar o jogo, corre, sente que não vai alcançar, pula, voa, aterrisa numa inofensiva pocinha de suor e escuta um estalo, um creck. A bola entra, os bixos comemoram, 15 minutos de jogo, 2 x 1.
Toscani no chão, seu pé caído, está para o lado, ele olha, vê sua situação e sem dor começa a gritar deseperadamente.
– Puta que pariu, que cagada, que cagada, puta que pariu, bah, que cagada, puuuta que pariu!!!
Danico, recolhe a bola do fundo das redes e diz:
– Não dá nada Tosca, vamos ganhar desses caras.
– Não vamos não, olha pra baixo.
Daniel, um bom amigo, olha para o chão e diz com a voz trêmula:
– Não foi nada. Viu!? Não foi nada.
Sua fala tentava esconder o que seu rosto denunciava. Parecia fratura exposta.
Correria, uns querendo que eu levantasse, as meninas apavoradas, eu praguejando, um outro louco dizendo que estava de carro, que eu podia levantar e eles me carregavam. Felizmente eu acompanhava aos domingos uma série do doutor Dráuzio Varella no Fantástico, ele claramente sempre dizia, nunca remova um paciente com uma fratura, espere o socorro chegar.
Ele chegou, depois que meu estimado colega e herói Marcos Pinho, saiu correndo da quadra em busca de ajuda. Era uma médica de apararentemente 35 anos, linda, não sei se pelo medo eu via na sua figura loira, um anjo me resgatando do inferno, Santa Maria é muito quente no verão.
Ela pergunta:
– Evitou o gol?
– Não.
– Que bom, pois se tivesse evitado teria uma fratura exposta, precisava só um pouco mais de velocidade.
Sou levado para ambulância, com a perna já imobilizada, chego no hospital, sou apresentado ao primo da morfina, um cara que ficou muito meu amigo durante toda semana que fiquei no hospital. O nome dele? Nubain. Santo remédio.
Foi uma bela fratuta, o rapaz do raio x inclusive perguntou se eu já havia feito isso antes. Respondo que não, nunca tinha fraturado nada.
Ele com todo sarcasmo gaúcho me diz.
– Tu é bem bom nisso. Hein!?
– Obrigado.
Ainda puxando assunto ele pergunta:
– Quem foi o cavalo que fez isso contigo?
– Eu mesmo.
– Hum.
Vou pra sala de emergência, lá sou atendido pelo doutor Bissacot. Ele já me pergunta:
– Então colorado, tu comeu alguma coisa?
– Uma duas horas antes do jogo comi dois pedaços de carne, foi um vazio, se interessa saber.
– Maizá gaúcho! Mas é o seguinte, com esses teus dois pedaços de carne no bucho não vai pegar a anestesia.
– Bah doutor, o senhor tá brincando?
– Não, não estou...
– Então como se faz?
– Não te preocupa, vou fazer tu dormir. Enfermeira, dilua 4 comprimidos de Valium e coloque numa seringa.
Levo a picada no braço enquanto falo um número de telefone para o meu amigo Fred. Minhas últimas palavras foram:
– Nove, nove, zove...roooooonc.
Meu pobre amigo Cairale ficou com a fama de nunca pagar cervejas no seu aniversário, pois eu não consegui avisar ninguém, e acho que quem ele avisou pensou que era mentira, e lá ficou ele, bebendo sozinho no bar.

sábado, 2 de maio de 2009

VAZIO, PARA OS GAÚCHOS. FRALDINHA PARA O BRASIL.


















Estava eu no mercado, numa segunda feira, pensando, o que eu poderia fazer para o jantar. Algo bem rápido, saboroso. Minha mulher ainda no trabalho, eu já tinha terminado o meu, só faltava isso na minha lista do dia. Então fui para o açougue do mercado. Muitas opções, maminha, picanha, costela desossada, com osso, isso de gado. Na minha frente ainda tinha frango, e seus derivados, moela, coração. No entanto nada despertava meu interesse, até que eu volto para seção bovina e lá encontro um pelo pedaço de vazio, me nego a falar fraldinha, termo mais usado no Brasil, mas é um tanto nojento comer fralda, vazio sim é uma beleza soa até ligth.
Pego a bandeija, Coloco no carro, que já tem uma rúcula e cinco cebolas, dentro, um total de aproximadamente R$ 12,10. Bom e batato.
Em casa tenho, manteiga, sempre, papel alumínio, sal grosso e amaciante de carnes.
Decido gravar um post, pela facilidade do prato.

Vamos aos ingredientes.

• 1 Kg de vazio, ou fraldinha. O pedaço pode variar, na receita fiz com umas 750g.
• 4 cebolas cortadas em anéis ou meias luas.
• 4 colheres de sopa de manteiga, ou uma para cada cebola.

• Sal grosso.
Amaciante de carne, aqui uso um da maggi, em pó, ele amacia em 15 minutos e não influi muito no gosto da carne, mas pode amaciar também com vinagre, ou vinho (nesse caso pode lembrar, aquela máxima que diz que de o bêbado não tem dono, pois o vinho amacia, frouxa, solta a carne), até a casca do mamão, cumpre a função, depois de comer um, pega a casca e passe a parte interna no bovino, deixe dencansanso, pelo menos uma hora.
• Papel alumínio, para envolver a carne, não é para comer.

Agora, o modo de pepraro, em vídeo, e explicativo, onde mostro que o grande período de estudos na EADM,D,X&R (Escola de Artes Dramáticas Marmo, Dolabella, Ximenes & Reymond), já me torna apto para entrar na Escola Duarte's Dramáticas, com as mestras Gabriela e Regina Duarte. Amigos o importante é evoluir.

Bom filme a todos.


Começa em fogo alto, dá uma olhada nela, depois de uns 25 minutos.
Nem precisa virar, pois o laminado protege.
Fica bem bom! Duvida? Pergunta pra Baba!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

MINHA VIDA COM PIPOCAS

















Começo citanto uma grande obra do cancioneiro popular.

Picoca na panela.
Começa a arrebentar,
Picoca com sal,
Que sede que dá.

Pipoca, meu bem, pipoca, tem pro paulista e também pro carioca.
Meu primeiro contado íntimo com as panelas, a primeira vez que cozinhei.
Demorou, mas minha persistência foi recompensada. Primeiro queimavam, quando começava a sentir o cheiro, já era tarde, tudo preto dentro da panela.
Quando acertei o tempo de fogo, o erro na quantidade de azeite foi o próximo obstáculo. As pipocas mais brilhantes, lustrosas, quase transparentes, foram nessa fase.
Quem poderia me ajudar?
Na época creio que eu já tinha meus 9 ou 10 anos. meu irmão uns 12, já praticamente dominava o fogão, as dele nunca matavam ninguém, sempre muito cheirosas e saborosas.
Rodrigo seria a úncia pessoa em casa que não iria se preocupar, com um cara de 9 anos e meio de vida, mexer com gás, fósforos, e fogão, sozinho. Com a mãe professora, no colégio, o pai no bancário, não banqueiro, também trabalhando, e as irmãs na faculdade.
Enfim, só ele poderia salvar minha sessão da tarde. Por certo que as pipocas lubrificadas e pretas ficariam para trás. Descobri o segredo. Tirando o colégio nada mais poderia atrapalhar minha sessão da tarde.
O pior é que só fui estudar no período da manhã aos 12, quando perdi minha mãe.
Espionar Rodrigo, valeu a pena! Descobri que ele esquentava o milho antes de jogar o azeite. Claro que se pedisse, acredito que teria me ensinado, mas e a aventura? É preciso um pouco de suspense.
Minha pipoca agora encotrava o terceiro obstáculo, o famoso, sal a gosto, o problema é que gosto muito de sal. Mas essa etapa foi fácil.
Sétima série, oitava série, foram uma beleza, inúmeras sessões da tarde. Com pipoca quente, sequinha e salgada. No entanto a professora foi embora no meu primeiro dia de aula matinal, as 10:30 e eu com 12 anos e meio, me agarrei em pipocas, todas tardes. Filmes e pipocas, para diminuir tristeza e a saudade. Aprendi a cozinhar. Quando enjoava das salgadas, jogava açucar. A vida é assim. Quando enjoava de pipocas fazia negrinho, ou brigadeiro, para os paulistas. Bolos, que sempre abatumavam, a bem da verdade eu fazia brownies, e não sabia.
Bom, ja tinha dado meu primeiro beijo na Fernandinha, já quase pronto para mudar de colégio deixar a oitava série. O tempo já tinha avançado, quase dois anos depois que aprendi a fazer pipoca, e que minha mãe tinha morrido. Surgia nas casas brasileiras e santamarienses, os fornos de microondas, começava em 1993 a era da pipoca digital.
Eu parei por muito tempo de fazer pipoca analógica, algo do tipo panela no fogo.
Vez ou outra na casa de alguém eu comia, sentia a diferença, mas me mantinha indiferente.
Mais tempo que passa.
Namoradinhas, porres, alguns cigarros, cartas, mais cigarros, outras coisas, bebidas, cursinho, namorada, faculdade, DCE, ex-namorada, namoradinhas, mulher que amo, São Paulo, formaturas, futebol, perna quebrada, morar junto. E ela compra uma pipoqueira.
Vivemos felizes para sempre, principalmente porque gatinha, ou Lucia, acrescentou a manteiga que faltava na pipoca da minha vida, e agora vamos ter uma filha.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

PIPOCA COM MANTEIGA



















Qualquer coisa com manteiga fica bom.
Como já sabia e nos mostra Marlon Brando, em sua memorável cena no filme, Último Tango em Paris.
Pipoca então, nem se fala.
Mas nem todo mundo sabe fazer essa maravilha, que parece ser tão fácil, quanto passar manteiga no pão.
Ao contrário. A pipoca exige certa prática, na verdade um timming perfeito.
Não pense em usa-la como azeite, não funciona.
Certa vez João Gordo e sua simpática esposa argentina Viviane Torrico, cozinharam para Marcelo D2, no programa, Gordo Cozinha, acho que era isso. Eles nessa ocasião cozinhavam laricas para seu convidado. No cardápio do show, brigadeiro, ou negrinho como dizem no Rio Grande do Sul, e pipocas com manteiga. No salgado o brilhante casal, se perdeu, usaram a manteiga como azeite. E como já disse, não é assim que se faz.
Vou ensinar.
mas antes...

Os ingredientes:

• Milho para pipoca
• Azeite
• Manteiga
• Sal






















Modo de preparo:

Numa panela, já no fogo, coloque o milho, espere para colocar o azeite.
Em menos de um minuto os milhos soltarão um agradável aroma. Se mexer a panela, verá uns pontinhos pretos no milho, nessa hora jogue o azeite, não precisará muito óleo, sua pipoca ficará mais saudável um pouco.
Aí vai ser aquela batalha dentro da panela, muitos estouros, então coloca a tampa senão sobra pra ti. Naquele momento em que parece que a panela vai explodir de tanto barulho, abra a tampa com coragem e jogue um pedaço generoso de manteiga.
Pronto, agora vai dar mais um rebuliço, mas já pode baixando o fogo, tá quase pronto, desliga a panela. Só falta o sal. Daí passa um cafézinho, abre um refrigerante, assite o Último Tango em Paris. Assiste qualquer filme. Aliás, bom filme.
Falando em filme, apresento o festival, Vergonha Alheia Própria.
Sentir vergolha alheia já dói, mas a própia é uma dor lancinante, não é mesmo Xuxa?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

EU TROUXE FISH AND CHIPS






















O mercantilismo, suas caravelas e as buscas por especiarias. Todo mundo que viaja traz alguma coisa, Colombo, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, o importante para esses rapazes era chegar as índias, e de lá trazerem noz-moscada, pimentas, ouro e o kama-sutra. Alguns erraram suas rotas, mas seus erros por sua vez se tornaram acertos, Colombo chegou a América, Pedro também chegou na América, mas precisou ir mais para baixo, pois os espanhóis já eram donos no norte, naquele tempo era assim, pegue dos índios, mas não dos europeus, o respeito era artigo tão raro quanto as especiárias indianas.
Bom, mas todo esse couvert é pra dizer que quando iverti a busca pelos continentes, isto é, saí da América do Sul e me bandiei pra Europa, resolvi explorar. No meu roteiro, Amsterdam, Dublin, Londres, Barcelona, Maiorca, Carvalhal de Azoia e Lisboa.
Estava ancioso pelo velho continente, cada cidade com seu sabor. Amsterdam e suas batatas fritas com maionese;
Dublin com fish and chips, no papel.
em Londres tem o english breakfast, o fish and chips, mas a comida chinesa de Chinatown foi a melhor pedida.
Na Espanha: tapas e jamón;
E chegando em Portugal os frutos do mar e é claro o bacalhau, mas lá conheci uns peixinhos que servem de entrada, os carapaus, o nome é uma beleza, o sabor melhor ainda.
Todos os sabores foram espetáculares, fecho os olhos e posso sentir todos os aromas, lembrar de todas as cores, de cada prato em especial, mas quem está alojado em pontos especias do meu cérebro e coração, é o Fish and Chips irlandês.
A dica foi do nosso guia na Irlanda do Sul, ou Eire, Pablo Burtet, também conhecido como, pintinha. Esse rapaz muito querido, um exemplo de cavalheirismo, pesquisou e chegou no melhor fish and chips da cidade, indicação do seu chefe, o gerente do hotel Shelbourne. Vi a fachada do lugar e pude ouvir um coro de anjos cantanto, (óóóóóóóhhhhhhh), que visão. Entramos no lugar, mais coro de anjos, fomos atendidos por um simpático velhinho, pedimos, eu e gatinha dividimos um smoked cod, ou bacalhau defumado.




















Felizes com nossos pacotes, saímos do lugar que não tinha mesas nem onde comer, o que foi melhor, pois decidimos comer em um parque, cada um carregava um cheiroso e gordo papel pardo, eu já não me aguentava, estava louco para abrir o pacote já no caminho, mas fui paciente. Quando abri o pacote, eu vi o céu - e ele é muito saboroso.




















No outro dia, mais passeios e acabamos indo almoçar em uma espécie de shopping, achei a mesma franquia do simpático velhinho, mas lá não se vendia fish and chips no papel (no jornal então nem pensar) então comi no prato mesmo, quando terminei fui até o restaurante devolvê-lo e iniciei um diálogo com a moça do caixa, with my english from de jungle.
– Hi, i'm from Brazil, and i like fish and chips! How i do? Not here, in Brazil, for my friends.
– Just flour and water. (Responde a moça)
– How many eggs?
– No eggs, just flour and water. (responde o cozinheiro irlandês)
Então, sigo com meu inglês capenga, mas infalível. E direciono outra pergunta que apresento aqui já na versão dublada.
– Qual o ponto da massa?
Ele me responde, dizendo que o ponto é simples, levante a colher com um pouco de massa, se essa escorrer de forma lenta e suave, a massa está pronta, mas sempre é bom deixar um pouco na geladeira.
Final da história, assim - como outros tantos exploradores - atravesso o atlântico, com novidades e especiarias e como diria Elba Ramalho: "trazendo na mala bastante saudade".