segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sucesso de sabor, mas ainda sem fogão.















O Toscozinha foi um sucesso muito obrigado.
O sabor da comida estava incrível, falo aqui de superação.
Tudo do bom e do melhor foi comprado, e coloquei meu coração nas panelas e elas entraram em sintonia comigo.
Quem veio sabe ao que me refiro.
Aqui apresento, uma semana depois do evento, o vídeo ata. Esse Toscozinha contou com os amigos muito queridos, Camila Fank, Cleiton Barcellos, Fabiano Silva, os novos amigos Sabrina Homrich, Agustin Fernandez, Nana Foster, a prima do Silva, e claro meus amores Lucia Gatinha e Alice Cotildes.
Vocês verão um dos poucos filmes não realizados pela Vergonha Alheia Própria Produções, e sim mais um outro vídeo realizado pela grande parceira, a Orgulho Total e Intrasponível Filmes.
De lambuja você ganha inteiramente grátis a receita de um molho de limão e queijo parmesão, elemento surpresa desse Toscozinha, algo feito de última hora para acompanhar a anchova minimalista e que deu muito certo...
Preste atenção no vídeo para ouvir a receita, ta tudo meio confuso, além do show de teclado da Alice tocando Just the way you are, Barry White.
Infelizmente não temos registro das cocadas, mas quem provou tenho certeza que não esqueceu.
Obrigado a todos que participaram desse evento culinário da mais alta e refinada gastrônomia tosca. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Primeiro Toscozinha Beneficente!























Tenho muito orgulho de apresentar essa ação do blog Culinária Tosca, no entanto como mentir não é o meu forte, já digo que o beneficiado serei eu.
Preciso comprar um fogão e não tenho dinheiro, como já disse outras vezes, eu poderia estar roubando, matando ou até fotografando, mas o que eu quero é cozinhar.
Então curto e grosso lhes apresento o cardápio, dessa vez sem vídeo pois preciso de agilidade, estou de folga esse fim de semana, não acompanharei a dupla mais querida do Brasil, mas trouxe na minha bagagem de volta das turnês de Fortaleza e Vitória, um vasto conhecimento em peixe, em decorrência disso o Toscozinha volta com tudo e com o seguinte menu.

Peixe Minimalista, anchova com limão e sal grosso.
Arroz com leite de côco e coentro.
Salada, mix de folhas, (sempre ela).
E cocada boa, nunca fiz, mas minha mulher fez e diz que é bem fácil.

Tudo por R$36,00, bebidas não inclusas, mas se você quiser trazer sua bebida, o restaurante Toscozinha não cobra rolha, mas cobra a bebida da casa, teremos cerveja, cachaça, água com gás e refrigerantes. Água sem gás é grátis.

Então é isso, Toscozinha beneficente, em meu benefício, tem muita gente ajudando, ajude também. Domingo de noite ás 21:05, no dia 17 de abril, faça sua reserva por e-mail, no ricardo.toscani@gmail.com, e receba o endereço da comilança, máximo 10 pessoas.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ôh Juiz!? Que tá fazendo aí fora?




















 Segue a Turnê. No momento estou em casa, acabei de voltar dos shows de Vitória e do Rio. Mas o que conto é quando vistamos uma das cidades com mais trocadilhos que México, Perú.
Bueno, segue o baile, o expresso sai de São Paulo as 21h e passa por Campinas lá pelas 22:15, também pega gente em Valinhos, Jundiaí, e por aí vai.
No posto da estrada de Campinas tem um café de coador di-vi-no, ui, e tem uma coxinha que orrrrrna* muito bem, mas a dica dos locais é a esfiha de carrrrrrrrrrrne*.
*(fonema de sotaque do interior paulista).
A viagem agora só para pra hora da janta. Nem vi onde parou, mas parou num lugar medonho. A solução para qualquer lugar medonho é o espetinho de frango. Comi, mas a fome não acabou, então pedi o misto-quente que todo mundo estava comendo. Duas grossas fatias de pão de milho, apresuntado se passando por presunto e queijo, pouco queijo, mas a manteiga era de verdade. Tava legal, mas eu teria feito bem melhor, com toda humildade e modestia que me pertence.
Agora a idéia é parar só em Juiz de Fora mesmo, para pegarmos o café da manhã no hotel. Estou me especializando em café de hotel, e temos encontrado uns muito bons, muita variedade, bons sucos, no entanto o de Juiz de Fora ganhou o concurso, tinha um moço na entrada do restaurante fazendo uma omelete na hora, muito fã de educação, ele não cozinhava sem antes ganhar um bom dia, assim o fiz, o chamei de professor, tapei o moço de elogios, e comi uma das melhores omeletes do mundo onde vivo. E não dispensei elogios depois de engolir o último pedaço, parei de chama-lo professor e o apelidei de mestre.
Pena que fomos embora na madrugada e não pude repetir o dejejum.
Uma pestana no quarto, antes do almoço.
Acordo e o camarada Ernani Teixeira, o grande pesquisador do Culinária Tosca descobre um lugar chamado Bertu's. Coisa muito fina. Comida típica mineira.
Lá chegando, sete reais e oitenta centavos de distância do hotel, medidos em táxi, uma fila enorme de espera nos esperava. Pedimos gentilmente a garçonete que nos trouxesse uma garrafa de cerveja, Original, e dois shots de cachaça Salinas, para acalmar a espera e aumentar a fome.
Terminada a cachaça e a cerveja, surge uma mesa, vamos até ela, e repetimos as doses para inspirar o cardápio. Dúvidas quanto ao que pedir, vão sendo esclarecidas pelo paciente garçom. Ficamos entre galinha ao molho pardo e lombo com molho de ameixas, tenho certo problema com fruta e carnes na mesma travessa, ocupando o mesmo espaço. Mas os acompanhamentos, farofa com banana e arroz com alho e queijo, e a busca por novas experiências gastronômicas me forçaram a escolher o lombo com ameixas.
Excelente escolha, rango nota 14, numa escala de 1 a 10. O toque especial foi dado pela couve mineira que pedi separado. Acompanhou muito bem e quebrou um pouco do doce da ameixa e banana, a frutose.
Ernani para arrematar pede um doce-de-leite com queijo minas, mas na boa, para mim uruguaios e argentinos fazem um doce-de-leite de verdade, e deixa o nosso na sola do pé,  os mineiros que me desculpem, mas ainda falta muito pra vocês, falta cor, sabor, textura, etc. Vocês entendem de pão de queijo e cachaça, e isso ninguém pode discutir, pelo menos não comigo.
Enfim o meu recado é esse, Juiz sai de fora e vem para a cidade que ela é muito boa.


sábado, 2 de abril de 2011

Comida de filósofo.













O que os olhos não veem o coração não sente!
Todos nós comemos com os olhos também, quando crianças somos muito mais seletivos. Com tempo isso passa, porque com o passar do tempo ficamos velhos e achamos importante comer mamão, alface, giló, ou fibras.
Eu tenho certos bloqueios com a aparência das comidas, algo que me embrulha o estômago é pão com manteiga molhado no café com leite, deus me livre dessa cena horrível!
Não sou muito de milho, mas estou superando, pricipalmente depois que descobri que quanto mais se mastiga o milho, eles depois se encontram lá no teu intestino todos micropedacinhos e saem tal qual como numa espiga de milho, sendo que o sabugo é o nosso cocô.
Agora o que me atordoa é mistura.
Bah, disso tenho pavor.
Não falo de mistura como define o paulistano, a carne que acompanha a refeição.
A mistura a que me refiro é a união de tudo no mesmo prato, tudo embolado, tudo junto e misturado.
Quandro criança comia tudo separado. Se tinha que comer salada, era só a salada, uma coisa de cada vez, depois só a carne, o arroz, sabores individuais.
Cresci, dos meus 11 para 12 anos e comi feijão com macarrão, uma evolução, um grande passo para ingressar no paraíso da mistura. No entanto não passou disso, nunca cheguei ao pão molhado no café com leite, porém não almejo isso.
Depois passei a montar pratos bonitos, bem separados, lindos pontos de cores, verdadeiras pinturas.
Quando entrei na faculdade o bandeijão foi um sonho realizado, cada comida no seu nicho, o feijão não se espalha no prato, a carne fica sem aqueles arrozinhos grudados, orfãos separados do bando de arroz. Não, tudo bem separadinho, como deve ser.
 Depois de um ano de bandeijão na faculdade a alegria do pobre durou pouco, o restaurante universitário passa a servir nossa comida em um grande prato branco.
 O difícil era controlar o prato para que a moça que servia a carne não jogasse ela em cima do feijão acabando de vez com a harmonia do prato, mas me tornei bom nisso, passei a me servir de carne primeiro, e solucionei o problema.
Depois veio o trabalho, em um estúdio em Santo Amaro, nosso chefe pedia para sua secretária do lar preparar nosso rango, feijão, arroz, carne e salada, tudo bem preparado, uma refeição digna. Ao ver meu prato e fobia, duas colegas de trabalho esperavam sorrateiramente o dia em que eu baixasse a guarda e elas bagunçassem, revirassem todo meu prato, tranformado tudo numa massa monocromática, uniforme só não homogênea devido aos grãos encontrados.
Nunca baixei a guarda.
Numa das raras oportunidades que tiveram de sabotar meu almoço, não o fizeram, talvez por respeito ao alimento, talvez por respeito comigo, não sei, mas sou grato.
O mundo continuou girando, eu indo a buffets, casas de parentes, minha própria casa, sempre fazendo pratos harmônicos e principalmente heterôgenios.
Até o dia em que chego em Goiás com a turnê da dupla e sou escalado para fotografar o pessoal da graxa, a peonada, os homens que montam o palco, os verdadeiros homens. A galera sem frescura. Pessoas muito sábias, verdadeiros filósofos. Um deles o senhor Danilo, me ensinou uma frase que levo agora para toda minha vida...
"Se caminhar fizesse bem, o carteiro seria imortal."
Sócrates, Platão, Proust, Nietzsche, vocês são umas bichinhas!
Na graxa é que mora a sabedoria!
Foi com essa galera que aprendi que misturado ou não o sabor esta na boca, não nos olhos, ou se tem medo do que está vendo, vai pra cima, encara de olhos fechados, por que aqui o sistema é bruto demais.