quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ela não anda ela desfila!
















Fomos até a semana de moda de São Paulo e constatamos que é verdade! As geleias Culinária Tosca estão a venda para o deleite dos fashionistas.
Ricardo Toscani o criador da marca buscou inspirações na feira paulista, o gaúcho, que nem a ativista do Greenpeace, desde que chegou na terra da garoa, conta que uma vez por semana se alimenta de pasteis e caldo-de-cana, diz não se importar com os quilinhos a mais que esta vida desregrada lhe proporciona. Foi sentado comendo um especial de carne e um calabresa, que ao olhar aos arredores da feira ficou encantado com as pimentas, morangos e abacaxis encontrados nessa que é a verdadeira praia dos paulistanos.

A marca aposta muito na brasilidade e toda a cor que a feira pode proporcionar para deixar o inverno mais quente, e claro, muito mais colorido.

Perguntado sobre a quantidade de açúcar em seus produtos, Tosca, como é chamado nos backstages, veio com a frase mais clichê, porem nada blasé...
"O que não mata engorda, e para o que engorda, moletom."

Questionado sobre as receitas não serem suas, Tosca defende a globalização, e acha que a informação está aí pra todo mundo, basta dar um google. Mas garante que é tudo receita de familia, receitas de sua sogra, tipicamente gaúchas, que nem a ativista do Greenpeace.

Várias personalidades do mundo da moda, segundo nossas conversas imaginárias, estão encantadas com essa que é a grande estreia da temporada.

Confiram nossas falsas aspas.

"Essa geleia não passa no pão, ela desfila."
(Paulo Borges)

"Daria toda minha beleza por essas receitas e a mão esquerda de Tosca, e se ele quiser pode Ficar com a Fernanda Lima."
(Rodrigo Hilbert)

"Tenho o direito de engordar."
(Gisele Bündchen)

"Moderna, leve, exótica, dá pra usar com tudo, queijos, pães, jeans."
(Lilian Pacce)


"                                       "
(Alexandre Herchcovitch)

As geleias Culinária Tosca, estão na FFW Shop, na São Paulo Fashion Week, que nesta temporada está na tenda do parque Villa Lobos e custam apenas R$ 20,00, nos sabores morango, pimenta com abacaxi e pimenta. Destaque também para ambrosia que custa R$ 25,00.


























Fotos: Ricardo Toscani/Zanone Fraissat; Alice/Lucia Farias

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Estou ficando fresco

















Tô ficando fresco.
O que acontece ao certo eu não sei.
Alguma coisa dentro de mim.
Eu abri a geladeira e vi alho poró.
Fui no mercado. Isso é cotidiano.
Por mais estranho que pareça, comprei tofu, isso sim é estranho.
No entanto, defumado.

No caminho gelado do mercado passei pelos iogurtes e massas frescas,
me encantei pelas folhadas.
Já em casa pico a cebola, alho de matar vampiro e também do poró.
Choro, não só pela cebola, também arde o poró, ô dó.

Ligo o fogo, jogo açúcar no fundo de uma panela de ferro.
A ferro e fogo, jogo a cebola no óleo açucarado.
Doura, está bela, jogo a manteiga, vira fera.
Refogo agora o normal e o poró.

O tofu é picado, em cubinhos.
Já misturado, o recheio está pronto.
Tem pouco sal,  jogo na mão, da mão pra panela
chega ao final, agora está pronto, sensacional.

Esfria, já é noite.
Abro a massa na forma, o forno tá quente.
São 180º, uma guinada na vida, não tem carne afinal...

Unta e põe o recheio.
Rala um queijo, joga no meio.
A rima é óbvia.
Põe a massa de cima, pincela ela com ovo,
como ela queria.

Agora é forno quente.
O tempo é o cheiro.
Ou 22 minutos pra quem tá faminto.
Chato falar de ovo e não rimar com pinto.


Viram!
Estou fresco, dando receita de massa comprada na forma de poesia.
Mas o que sinto é o que está dentro de mim!
É o recheio!
E esse meus amigos vejam só que final feliz.
Eu mesmo que fiz.

A poesia ruim é a forma mais primitiva de vergonha alheia.

Ingredientes.

• 1 pacote de massa folhada para pastel de forno, vem duas, uma é a base, a outra o topo.
• 2 alhos porós
• 1 cebola
• 3 dentes de alho
• 1/2 tofu defumado












sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vini, vindi e falhei (13 dias sem pão, 13 dias sem cerveja)


















A melhor maneira de livrar-se de uma tentação é ceder-se a ela...
Pois é me escorando na frase de Oscar Wilde que tento minimizar o meu fracasso.
Sim eu não consegui ficar 13 dias sem pão, mas antes sucumbi a cerveja. Caí primeiro para ela, loira, gelada e muito gostosa.
Foram sete dias de batalha, muito ceral, iogurte, saladinha, entoando o mantra bolacha não é pão.  
Tive medo, me senti sozinho, desamparado, recorri aos exercícios físicos, parei de sentir meu corpo.
Sim as pedaladas foram e são prazerozas, as abdominais não, ao contrários as abdominais são abomináveis.
No entanto aprendi que posso encher meu prato de salada e ludibriar meu estômago, claro que fica difícil enganar as papilas gustativas, mas seguimos tentando.
Porém, certo dia na casa de uma amiga, resolvemos tocar o tal do rock and roll, e este sem cerveja não é nada, não tem sentido. Então bebi, toquei e foi lindo. Percebi, realmente o álcool ressalta o meu talento.
O pão demorou mais, fui mais forte, resisti um pouco mais, mas no dia 25 de setembro fui vencido por três, digo, seis mini hot-dogs...
Cachorrada, mas fazer o que? O importante é lutar, vencer é bom, mas nem sempre conseguimos.
Hoje, estou em Santa Maria, ontem cheguei e comi um Xis, pra quem não sabe Xis é um pão que tem uma dispensa inteira dentro dele, tira-se o miolo do pão pra não engordar muito...Para acompanhar, claro, algumas cervejas.
O café da manhã de hoje teve umas coxinhas, uns risólis, pastelzinho de carne e muito chimarrão.
Bueno, foram 7 dias, sem cerveja e 10 dias sem pão, agora estou normal, bem humorado e bem comigo mesmo, estou tipo gostosa que se acha gorda.
Percebi algo importante, eu não quero ficar com barriga tanquinho, não combina comigo, quero ficar com uma barriga chapada, o único jeito é seguir a dieta do Iggy Pop e do Keith Richards, com muita farinha e destilados. 
Portanto acho que vou começar uma nova dieta.
Mas antes, fique o com vídeo da Vergonha Alheia Própria Produções, farinha de Fábio Júnior.

Ingredientes:
1 Fábio Júnior, mais conhecido como pão velho, segundo Lucia Farias.

Bom filme a todos.



terça-feira, 17 de setembro de 2013

13 dias sem pão, 13 dias sem cerveja. Diários de uma dieta!


















Quinta-feira, 12 de setembro de 2013. Ricardo está com a agenda cheia, mas precisa dar banho na filha, preparar o jantar da familia, dar os remédios da criança e colocá-la para dormir.
Ricardo pede uma pizza.
Sexta-feira, 13 de setembro de 2013. O dia de Ricardo continua cheio de afazeres, vai participar de um bazar vendendo geleias, precisa colocar os rótulos, preços, aparece uma foto no meio do caminho, passeia com a cachorra, vai viajar às 16 horas para fotografar um casamento.
Almoça uma pizza enquanto passeia com a cachorra. Pega a carona, pegam a estrada às cinco da tarde e ficam cinco horas dentro de um carro, chegam no litoral norte paulistano. Faz o check-in, pergunta onde tem um lugar para jantar. Pertinho dali, só uma pizzaria.
Meia alho, meia bacon...Uma cerveja.
A pizza é boa.
Sábado, 14 de setembro, café da manhã no hotel, um misto-quente, uma xícara de café, termina, levanta e procura a igreja de Barra do Una. Encontra, fotografa, estuda a luz e retorna para o hotel.
Um banho, as vestes, cola celofanes na lente e se dirige à cerimônia.
Trabalha, ri, chora. Emociona-se com a celebração. Toma dois copos d'água, coloca os óculos escuros, entra na van, anda alguns quilômetros, vê um unicórnio, lembra de estar sóbrio e fotografa o unicórnio.
Fotografa a festa, escuta dos noivos um "relaxa, beba, coma", concorda com a cabeça e segue seu trabalho. Toma a primeira cerveja, toma a segunda, almoça, fotografa, ouve novamente um relaxa. Acalma os noivos dizendo:
– Estou me divertindo muito e trabalhando, as fotos já tem até o filtro da cerveja...
A festa acaba. Volta pro hotel, a fome bate, almoçou, mas esqueceu da sobremesa. Caminha até a pizzaria.
Meia alho, meia calabresa com mussarela e uma cerveja.
Come, bebe, volta pro hotel, arruma as malas.
Domingo, 15, come dois pães com queijo, mortadela, manteiga e cream-cheese. Uma xícara de café, um copo de suco de laranja. Vai pro quarto, pega as malas, faz check-out, senta-se na frente do hotel, sente a brisa enquanto espera a carona. Ela chega, eles retornam para São Paulo.
Chega na hora do almoço, sua mulher o recebe em frango assado, minto, o ecebe com um frango assado e uma salada de rúcula, cenoura e palmito.
Almoça, conta um pouco sobre a viagem.
Vão até a casa de uma amiga com guitarras e cervejas.
Bebe e se entope de queijos, pães e geleias.
Segunda, 16, começa o desafio.
Treze dias sem pão, treze dias sem cerveja.
No café, um prato de manga, é por incrível que pareça, a fruta mesmo...Bebe duas xícaras de café sem áçucar...
Almoça, um frango grelhado, rúcula e bebe limonada. Às 16 horas descobre que seu estômago é auto-suficiente e se alimenta das próprias paredes.
Decide fazer um lanche, come 3 rodelas de abacaxi.
Às 17 horas, vê um bem casado da festa e pensa, o nome disso é bem casado, não é pão, come o bem casado, se culpa, mas era só um... E não é pão!
Esse é o dia da primeira prova da roupa. Vai até alfaiate (vou chama-lo assim, mas ele é bem mais que isso). Prova o terno sob medida, precisa soltar um pouco a calça, só na cintura, mas precisa...
Voltam pra casa de mãos dadas, olha pra esposa e diz...
– Preciso comer um amendoim!
– Ué? Porque amendoim?
– Porque é salgado, não é pão e não é bolacha...
Compra e come...
Chega em casa e prepara o jantar da familia. Três frangos grelhados, mas a filha insiste em macarrão. Ele acata, faz com brócolis e creme-de-leite, come um pouco, é humano e conforta-se dizendo, não é pão e nem cerveja...
Terça-feira, 17, no café uma rodela e meia de abacaxi, 6 bolachas com requeijão, e duas xícaras de café e um novo mantra, bolacha não é pão...

No almoço, hoje, porco e rúcula. A rúcula descansa numa cestinha de parmesão com geleia de pimenta, um berço esplêndido. Nesse post você vai aprender a fazer a cestinha de parmesão.

Os ingredientes:

• Uma xícara de queijo parmesão, ralo grosso
• Uma frigideira
• Uma tigela para moldar a cestinha.

Assista agora o retorno da Vergonha Alheia Própria Produções, com o vídeo-modo-de-prepraro da cestinha de parmesão. A seguir, fotos do unicórnio.









quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O que vou almoçar amanhã?
























Comprei carne pra vinte pessoas e esqueci de convida-las.
Era domingo, comemos costelas e uma paleta de ovelha.
Segunda, almocei costela.
Trabalhei, cobri dois coqueteis, comi umas coisinhas, cheguei em casa.
Esquentei outro pedacinho no forno.
Terça ia comer costela, gatinha ligou...
– Estamos indo no Martin Fierro!
 Saí pra almoçar fora, peguei a bicicleta e voei para o restaurante para comer algo diferente de costela.
Olhamos o cardápio, todos pratos acompanham salada verde, aí pedimos uma batata rústica (batata-doce, alecrim, sal grosso) e um assado de legumes. Daí uma carne, um assado-de-tiras, sim, eu sei, é um costela. Mas era o que mais me apetecia.
De noite janto muito bem, cubro mais dois coquetéis, num deles a cozinha de Alex Atala, sabe muito o moço. Comi patricamente, um purê de mandioca frito, depois o garçon passou com queijos coalhos com melado, supremo, pastel de abóbora com carne seca, de uma brasilidade sem fim.
Daí passou por mim uma galinhada.
Camera lenta, só ouvia o barulho da fumacinha que saia do prato.
Em poucos segundos que a galinhada mística desceu da cabeça do carçom, evaporaram. E isso aconteceu três vezes seguidas.
Vi um Alex Atala granjeiro, entranto no galinheiro com sua galinhada em punho, jogando a quirela, para nós galinhas.
Peguei a minha.
Fui comer escondido, como eu acho que um fotógrafo deve fazer.
Do lado das DJ's que dançavam sincronizadas, dei a primeira garfada, de inicio já fiquei brabo com a galinhada, tava linda, arroz, farofa, uma galinha bem molhada; uma coxa e meio peito. Mas nenhuma faca. Um obstáculo na galinhada do Atala.
Comi, gostei é diferente...
Quarta-feira, abro a geladeira e tem costela. Prefiro ir na padaria. Chego na sensação, como um churrasco no pão, com ovo e bacon, peço uma limonada suiça, pra mim a melhor que já tomei, todo lugar que vou peço uma limonada, virou obsessão.
No entanto no jantar, faço um miojo para Alice que me pediu, pego metade pra mim e como com costela.
Hoje quinta-feira véspera de sexta, teve feira, teve pastel, um especial de carne, um calabresa.
O jantar, bueno, a criança comeu pastel, eu, abri a geladeira e vi lá embaixo a costela.
Piquei toda ela, piquei também uma cebola e quatro dentes de alho.
Refoguei primeiro a carne, fritei ela bem, retirei.
Coloquei as cebolas na panela, atirei junto um osso com um pouco de carne e bem gordinho e coloquei todo alho que tinha em mente.
Pronto.
Parei, olhei e pensei na minha alegria. Uma semana comendo costela.
Servi sorrindo o meu prato da quinta-feira e as costelinhas caiam na mesma camera lenta da galinhada do Atala. Servia pensando na base que tenho para um arroz de carreteiro, num molho de costela para uma macarronada, ou ela num sanduba, como o Xis Costela Egg Bacon da nossa saudosa Toscozinha. E claro, já sei o que vou almoçar amanhã...


Pensei na Toscozinha, na galinhada do Atala, e na minha que achei infinitamente melhor e decidi fazer um novo Toscozinha.

Agora prestem atenção no serviço, do Novo Toscozinha! Agora na minha casinha!

GALINHADA DESAFIADORA, 8 vagas.



Dia 22 de agosto.

Quinta, 21 horas, dia 22, repito.

Prato principal: Galinha que eu acho melhor que a do Atala e duas pessoas confirmam isso.

Acompanhamento: Salada de rúcula

Sobremesa: Ambrosia

Preço: 45,00

Reservas por e-mail.
ricardo.toscani@gmail.com

Nosso bar dispõe de cerveja, cachaça e refrigerantes.
Não cobramos rolha para vinhos.



 


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Redação de férias






















Sem saber, no dia 26 de janeiro peguei um avião com a minha Alice, para a festa de formatura de um primo querido que mora em Porto Alegre. Tarso Germany Dornelles tornou-se bacharel em geogafia, nesse dia 26. No outro dia, na varanda de minha tia, tomava mate com meus primos, que tem uma padaria em Porto Alegre, falavamos sobre xis. Já era dia 27, e as notícias não eram as melhores.
Viajei 4 horas com muito aperto no peito. O tempo não passava.
Deixei Alice em Santa Maria. Vi a cidade mais quente, em pleno verão, com um clima muito diferente, não sentia nem frio, nem calor. Não conseguia definir o tempo.
Por todos os lugares que passei, que vivi minha infância e adolescência, só via a tristeza e cada vez aumentava a minha. Segunda dia 28, voltava para São Paulo, e Alice, ficou, na cidade que aprendeu a amar. Pela primeira vez, a pequena passa férias sozinhas.
Voltei agora, neste mês, dia 13 de julho, e reencontrei a cidade, que já recomeça a sorrir.
Santa Maria, apareceu no mapa do Brasil, não como eu gostaria, mas no nosso reencontro vi e vivi de novo o que a cidade sempre me deu.
Vivi ótimas histórias nessa visita, e vou conta-las em três atos.

Primeiro ato, o Café na Copacabana.
17 de julho. Tenho um almoço marcado na casa de minha cunhada. Alice já está lá, posou com as primas. Eu dormi até muito tarde, 11:44, pra ser bem exato.
Vou para o calçadão da cidade, entro reto na doceria, que não tem na simpatia sua melhor qualidade, a doçura do estabelecimento está nos quitutes, e somente neles. Mas é o que importa.
Preciso de um salgado pelas manhãs, minha gatinha Lucia, é o oposto, sempre precisa de um docinho matinal. Peço uma empadinha de camarão e uma massa folhada rosa, (para mim, a especialidade da casa, o que compenssa a falta de simpatia no atendimento).
Tomo um café duplo para acompanhar as duas guloseimas. E tomo o melhor café da temporada.
Moral da história a gente não precisa te fazer sorrir quando te atendemos, precisamos apenas do teu sorriso de satisfação após a primeira mordida!





















Segundo ato, o Churros no Frio, e com Salame.
Era dia 22, já estava com as malas prontas, fui pra Copacabana de novo, ia trazer algumas massas rosas para minha gatinha. Coloco a cabeça na loja. Tá fechando.
– Tem massa rosa?
– Não, já acabou.
– Nem panelinha de coco?
– Nada...
– Obrigado.
– De nada.
Saio da loja e o frio está terrível. Mas Santa Maria tem uma arma secreta. Um lugar chamado Woltmann. O Woltmann, sabe atender. Simpatia, também não é o forte.
No entanto, no Woltmann ele frita apenas poucos churros, e cada um que se pega é muito quente, um abraço de mãe quando a gente sai daquele banho do inverno santamariense...
Minha mãe além do abraço, me levava um cafézinho quentinho, servido no copo para eu esquentar as mãos e o corpo.
Nesse dia 22, o Woltmann foi minha mãe. Aliás era sempre tão bom ir com ela no calçadão da Bozano e ganhar um churros por bom corportamento, algo do tipo, não enlouquecer nas lojas de brinquedo. Ou quando ela ia sozinha, mas voltava com eles embaladinhos pra entregar pro caçula e mano, é como toda mãe gaúcha chama seu primogênito.
Como tão devagar, as mordidas são lentas, saboreando, fritura, açúcar, canela e doce-de-leite, sentindo um a um cada sabor desse cobertor comestível.
Caminho uma quadra com esse sabor guardado no meu palato, respiro devagar...
Segunda quadra, seguro ao máximo o gosto do churros, vejo uma feira, vejo o pessoal desmontando, vejo cair lentamente um salame no chão.
– Mãe, "ajunta" o salame!
– Aonde?
– Do chão, caiu no chão!
– Ma não vejo...
O jovem saudoso que caminha leve no frio, pega e entrega na mão de um senhor, o vendedor...
– Mas tá bonito esse salame! Quanto é?
– É vinte pila o quilo! Prova aqui!
– Bah, vale até mais... Mas não tenho pro quilo. O senhor aceita cartão?
– Não, ainda não tamo moderno...
– Sem problemas, tenho só sete pila no bolso.
– Ma isso dá uma perna.
– Então vou levar...
– Tó, pesado dá sete e quarenta! Sete pra ti!
– Obrigado, esse é o que caiu no chão?
– Non!!!
– Eu quero o que caiu no chão...Acho que ele queria ir embora mesmo.
– Tá aqui! Mas vai pra onde?
– Pra São Paulo...
– Ala pucha!
– Pois é...Muito obrigado.
– Obrigado tu!
No fim, o gosto que tenho agora é de churros com salame, não era o que esperava, até porque é bem inesperado um salame pular na nossa frente.





















Terceiro ato, um desejo de Xis, na Capital do Xis!
Essa começa, na quinta 18, janto com meu pai e uns amigos. Carne de porco, finas costelinhas de porco, assadas pelo meu Tata, mais um gadinho, pra acompanhar. E por falar em acompanhamento, cachaça gaúcha, forte que nem tapa de louco, e cerveja, com certeza.
Jantamos bem, e discutimos o destino da dupla grenal.
Algumas cachaças e cervejas depois, a fome vem de novo. Costelas? Não sobraram.
– Bah gurizada vamo come um Xis?
– Bah Nariga, a essa hora?
– Velho, é a capital do Xis. Vamo nessa, tô tri na pilha!
Rodamos a cidade toda, e nada. Claro, o frio na quinta-feira já tava demais! Nenhuma carrocinha dessas de rua conseguiria suportar, sem cachaça.
Terminamos o rolê na rodoviária, sem Xis, mas comprei meu retorno pra Porto Alegre, e tomamos mais 3 cervejas, no frio, porque lá a gente aguenta!
Sexta-feira, aniversário da Alice, véspera do dia do amigo, churrasco noturno com os amigos regado a vinho e muito truco.
Rafa manda muito no assado, o churrasco é um primor...Já estou no sexto churrasco na cidade.
Mas ainda, nada de xis.
Sábado, festinha da Alice. Antes cozinho pro meu pai, faço uma galinhada, ele não gostou da minha galinhada, mas isso é outra história, que precisa ser contada com riqueza de detalhes.
Faço o almoço, sirvo, como e sumo.
Tenho que fazer o molho de cachorro-quente da festinha da Alice. Faço, sirvo e como.
A festinha vai bem. Uma maravilha.
Chegamos em casa, preciso de uma cerveja, mentira, preciso de um Xis.
Passo pela lancheria (botei o termo sulista mesmo), compro cinco cervejas e faço a pergunta...
– Que horas fecha?
– Uma.
– Beleza, depois passo aqui!
Chego na casa de meu amigo e começamos a beber e claro, jogar um truco.
Uma partida e meia depois, vem o desejo...
– Velho, preciso comer um Xis...
– Ah para Nariga, de novo com isso...
– Sério velho, tô desde quinta querendo comer...
– Bah velho, vou ligar lá...
– Alô, o cara, eu quero um Xis...O quê? Já fechou? Não tá mais fazendo lanche? Pronto Nariga, tá fechado...
– Mas ele falou que ficaria até a uma e são meia-noite e trinta e dois...
– Mas tá fechado loco...
– Não pode!
– Ah, tá loco...
– Bah velho, não dá, preciso ir lá...
– Cara...
– Olha velho, é melhor eu ir, já volto, senão vou ter pesadelo com isso, eu me conheço.
Saio, do apartamento do amigo, e chego na lancheria da esquina.
– Daí velho!
– Opa!
– Saí um Xis?
– Bah, já encerramos...
– Putz, sério...
– Sério.
– Bah velho, tô numa pilha de comer um Xis.
– Tá bom, eu faço pra ti...
– Sério?
– Sério!
– Não, não quero incomodar...Posso voltar amanhã.
– Tranquilo cara, eu faço...
– Bah valeu!
– Qual vai ser?
– Um da casa?
– Da casa? O mega?
– Esse é o nome?
– É...
– Quero um mega!
Fico sentando esperando, mas não me aguento, quanto escuto o barulho da mateiga já me aprochego junto da chapa para aprender as manhas e começamos uma conversa.
– Bah gurizada, saudade dum Xis, e esse barulhinho da chapa é foda...
– Tu é aqui da banda?
– Era, minha sogra mora ali, e tenho um amigo que mora ali naquele outro prédio...
– Massa.
– Agora tô em Sampa.
– Bah que massa! E como é a pizza lá?
– Que nem o Xis aqui, qualquer lugar que tu coma ela é perfeita.
– Sério...!?
– Mas e o Xis?
– Nada. Bom só aqui em Santa, nem Porto Alegre considero muito...
– Prontinho magrão, tem uma "maionesezinha" de cortesia, caseirinha, tu vai gostar! Esses dias levei um desses "mega" pra comer em casa, quase não aguentei...
– Pois, mas pra quem tá na chapa, sentindo todos os aromas é difícil mesmo...
– Tá aqui!
– Bah, brigadão! Quanto devo?
– Doze pila?
– Bota quinze...
– Não...
– Cara, uma mão lava a outra, vocês foram tri-massa me fazendo o lanche, é o mínimo.
– Valeu...
– Então tá gurizada, se for bom eu volto amanhã!
– Até amanhã!
Entro no apartamento do meu amigo cantando We Are The Champions, muito feliz com o Xis partido em dois...
Chega o outro dia...
– Daí tchê, beleza? Vê um filé mignon bacon ovo e um completo sem ervilha por favor!





















Moral das histórias, Santa Maria, um beijo pra ti. E ainda faltou o galeto do Vera-Cruz e do Augusto, a massa alho e óleo do fumacinha, os pastéis da casa do pastel e do pastelão e muito, mas muito mais repetições dos citados acima!

  




terça-feira, 9 de julho de 2013

Do vinho ao vinagre

















































































Quatro amigos se reuniram. Fizeram um lugar.
Levaram pra lá suas esquizofrenias. Suas duplas personalidades. Algo como a sala de justiça, cada um com seu poder. Uma designer que sabe garimpar como ninguém, uma jornalista que maquia, outra designer que corta cabelos, e eu o fotógrafo cozinheiro.
Dentro das paredes da Pedroso esses poderes afloravam e se potencializavam.
Muitas coisas aconteceram, muitas cabeças foram feitas, projetos realizados, transformações e pecados cometidos, principalmente os da gula.
O Cafofo foi o primeiro palco da Heleninha Roitman and the Punk Tosko Full Glass Band Project, recebeu outras bandas também, e teve também a dupla mais querida do Brasil sendo retratada, maquiada, alimentada por esse quarteto e mais uns amigos ajudando.
Aliás esse lugar foi construído pelos amigos.
No dia primeiro de março, pegamos as chaves.
Pintamos paredes, furamos as mesmas, colocamos prateleiras, tudo no seu lugar.
Para que á partir do dia 13 de maio, dia do chef de cozinha e da abolição da escravatura, muitas festas e muitos anos de vida fossem comemorados. E por muito tempo os quatro ficaram lá no fundo, na cozinha, coordenando o bar, servindo cervejas e drinks, ou só cachaça pura, que é gelada e é a especialidade da casa.
Porém, minutos depois tendo que usar de artimanhas para retirar os bêbados empolgados que não queriam ir embora.
Coloca o Belchior na agulha, alguém dizia. Não funcionou? Coloca o Scorpions! Os bêbados continuam felizes e animados? Chegou a hora de Emerson Lake and Palmer irem pra vitrola, insuperáveis, insuportáveis. Num passe de mágica, só restavam os quatro, recolhendo latinhas, passando a vassoura, fechando a casa...
Esse blog, amou seu Cafofo, foram alguns Toscozinhas ali dentro, o sucesso do Xis marcou e para sempre o meu coração, como profetizou Xuxa, ou o Michael Sullivan e Paulo Massadas...
Foi tudo lindo. Tivemos brigas, desentendimentos, choro, alegria e tristeza, saúde e doença, se amando e se respeitando, por todos os dias da nossa vida...E assim, dois anos se passaram.
O Cafofo foi lindo, foi iluminado, foi heróico, porém o Cafofo foi, vai, melhor, está indo hoje.
No dia 9 de julho, data de uma guerra perdida.
No entanto nós não perdemos a guerra. Até porque ainda não baixamos a guarda nem a armas...
Vivemos agora um "Cafoflutuante", a semente está plantada, como todos dizem nos consolando, e sim, meu vizinho jogou uma semente no meu quintal, e de repente brotou um imenso matagal...
Me orgulho e muito do Cafofo.
A Cafofolia, a noite mais roqueira de carnaval. O Rockafofo, última festa, que contou com cinco bandas incríveis. Mas a sua penúltima aparição para sociedade, além de motivar esse post, dá orgulho nesse 9 de julho.
O Cafofo foi uma base aliada, ou como fomos chamados, Centro de Apoio Pedroso, na revolta do vinagre. E foi isso que ficou, o orgulho imenso de ter sido o abrigo dos manifestantes, além muito vinagre, e a dúvida sobre o que fazer com todo o vinagre que sobrou.
Enfim, a Culinária Tosca dá a solução, em mais um vídeo produzido pela Vergonha Alheia Própria Produções em parceria com a Orgulho Total e Intrasponível Filmes.
Por fim, antes de mais nada não vou dizer, "Fica Fofo", ou "Vem cá Fofo", até porque chega de trocadilhos infames, vou só falar obrigado Cafofo, obrigado Katiane, Camis e Lucia. Obrigado a todos que foram lá, riram, curtiram, falaram muitas bobagens, desafinaram com a gente e principalmte ajudaram a construir esse Cafofo e o mantiveram vivo por esses longos dois anos e três meses e nove dias de muita vida.
Depois desse monte de fotos, tem uma receita! Um bom filme a todos!



















quarta-feira, 12 de junho de 2013

Faça um alimento feliz!





















Fazer um alimento feliz é fácil.
Basta não desperdiçar.
Desde que comecei com o blog, essa é uma preocupação que eu tenho. No entanto já errei muito e ainda continuo errando. Cozinho pra duas pessoas sempre achando que virão 15 pessoas na minha casa. Até fazendo café...Sou filho de bancário, sei fazer café pra todo um banco, não só pra mim.
Ás vezes quando vou na feira na hora da xepa, aproveitando a oportunidade, alguém aí assiste Dona Xepa? É sabemos que não...Ninguém assiste.
Enfim, na xepa, o feirante que quer voltar pra casa com o carro mais leve, te vende três frutas pelo preço de uma, tu paga dois pela rúcula e leva dois maços...Tudo na boa intenção. Mas tu consome pouco, mal fala com os vizinhos e sempre esquece dos amigos, lembra que podia ter dividido quando abre a geladeira, e ela lembra no perfume, o Rio Pinheiros.
Hoje quando abri a minha no fundo dela jazia um melão  já moribundo, que já estava há quase um mês no conforto da prateleira inferior da minha Cônsul.
Enquanto isso, no outro canto da casa limões morriam lentamente, sentiam sua vida se esvaindo a cada banho de sol na fruteira da área dos fundos da casa.
Num pequeno lampejo de consciência, resolvo uni-los, para que tenham uma morte digna.
Talvez essa ideia, em muito, seja influênciada pela minha linda Alice, que ainda hoje confunde limão, com melão.
– Pai, eu sou a Moranguinho e você é o Melãozinho...
– Não, filha, eu sou o Limãozinho.... (acho um fruto macho, hetero)
– Tá...
Daí, outras situações acontecem, como o martírio da fruta matinal.
A criança não gosta muito de frutas, pois como diria minha sogra, "sangue não é água".
– Alice, vem comer a fruta!
– Pai, mas eu não gosto de limão...
– Que bom filha, porque isso é melão...
Assim, nutrido pelas confusões da minha musinha, faço o suco feliz.
Vamos aos ingredientes.

• 2 limões
• 1/2 melão
• 2 colheres de sopa de áçucar

• 2 copos d'água

O modo de preparo, é simples.
Coloque o meio melão no liquidificador, coloque um limão com casca, depois um limão descascado. Coloque os dois copos de água, bata tudo.
Depois coe.
Devolva para o liquidificador, o suco coado, coloque as duas colheres de áçucar, gelo, bata tudo de novo e pimba, sirva um belo copo.
Na verdade sirva mais, pois rende meio litro, e se não fosse quarta-feira, certamente colocaria uma dose de cachaça por limão!
Daí certamente não só o alimento ficaria feliz, mas eu também!




quinta-feira, 23 de maio de 2013

A comida fala













Alguém já falou isso, a frase não é minha. Eu só percebi depois que ouvi. E ela fala mesmo.
Alguns pratos são mais fáceis de perceber. Na carne, o barulho da gordura fervendo na forma é o alcagueta, o dedo-duro, o acusa Cristo. O frango é o mais fiasquento.
Quando ela não fala, dá outros sinais.
Na carne com osso, o osso fica bem aparente, quase descolando dela.
O macarrão, pronto, gruda na parede.
Não acredita?
Pega a massa, um fio apenas, joga, se ele ficar grudado está cozido.
No entanto se bater e ir caindo aos poucos,  tá al-dente.
O negrinho, ou brigadeiro, desgruda da panela. Muitos doces, a gente percebe o ponto desse jeito.
Outro caso é a geleia, muito comentada nas redes sociais. Principalmente nas minhas. Só nesse blog, temos no mínimo três receitas.
A base, é sempre a mesma.
Como vocês podem notar, aqui, aqui e aqui.
Mas e o ponto?
A geleia fala?
Sim ela fala! E é aí que está todo o mistério.
A de morango é a mais fácil, tigelinha com água, deixa cair uma gotinha, se ela cair densa na água, sem se espalhar, é esse o ponto. Desligue o fogo.
A de pimenta, não funciona assim...
A de pimenta com abacaxi, tampouco...
Cada uma emite seu som, faz sua música.
A Vergonha Alheia Própria Produções, cansada e acima de tudo prescisando manter a média e o compromisso de um post por semana no blog e um vídeo quinzenal, aprensenta...
"O Canto da Geleia de Pimenta com Abacaxi"
Um bom filme a todos.



Caso você não tenha tal sensibilidade para perceber o ponto de uma geleia pelo ouvido, siga encomendando as minhas por e-mail (ricardo.toscani@gmail.com), facebook, instagram, (toscanhoto), ou ao vivo, agora, nesse sábado, dia 25/05, no Cafofo. E de quebra pode sentar com a Camis e a Drika e dar uma força na peruca.



segunda-feira, 13 de maio de 2013

De quando se perde a mãe, digo, a mão...
















Cozinhar é estado de espírito, se tu não tá legal, não há talento no mundo que deixe tua receita maravilhosa.
Foi assim que aconteceu com a minha primeira geléia de laranja.
Cozinho no meio de reunião, entre diálogos acirrados e ideias contrárias. Seguia passo-a-passo, uma receita do site Tudo Gostoso, complementada com as dicas da minha sogra.
No entanto, a energia que colocava na faca, trazia muito daquela conversa da cozinha. Na mesa as palavras tentavam buscar soluções, falava, ouvia, e tudo o que se passava na cabeça ia direto para os ingredientes.
Nesse momento, uma outra coisa veio na minha cabeça, vi a nítida imagem da minha mãe, voltei no passado. Minha máquina do tempo? Uma faca e uma laranja por ser descascada.
Lembrei, melhor, vi a minha mãe no sol, num sol de inverno, daqueles feitos para se comer laranjas. Eu do lado dela, provavelmente com 8 anos pedindo que ela descascasse uma laranja para mim.
A professora Roselene, nunca perdia a oportunidade de ensinar, talvez por ser tão sábia, já antevia que iria viajar muito cedo, e deixar os filhos por aqui...
– Mãe, descasca pra mim?
– Não! Tu tem umas lindas mãozinhas e uma cabecinha brilhante, descasca tu.
Toda vez que eu descasco uma laranja lembro da dona Roselene, linda sempre, com uma ironia tão doce, assim como a laranja. Um azedinho repleto de frutose.
Outro exemplo lindo da sua ironia era quando meu irmão, xingava, brigava, fazia o rebelde sem causa e dizia que ia fugir de casa.
Minha mãe, não deixava de acreditar no filho, sabia que ele sim poderia fugir de casa a qualquer momento, afinal, já tinha emprego fixo, sabia dirigir, era um espírito livre...Com seus 10 anos.
– Mano! (dizia ela)...Eu coloquei umas cuequinhas na tua mochila, acho que tu esqueceu e pode ser que tu precise...
Diva!
Aprendi a importância de lavar ou secar uma louça, (tá mãe, não vou mentir, acho secar a louça um serviço inútil), arrumar a própria cama, fazer os docinhos do meu 10º anivesário.
Treinou seus quatro filhos para serem bem mais que rostinhos bonitos.
Para as meninas a independência. Nunca depender do marido, ganhar seu próprio dinheiro.
Para os meninos, o não machismo, saber cozinhar, ajudar na tarefas domésticas, deixar uma cama bem esticadinha. E não "socar" as roupas dentro do ropeiro, nem enfia-las embaixo da cama para sair rápido para brincar...Eu e meu irmão até poderiámos fazer isso. Ela fazia vista grossa, mas quando chegávamos da rua, aparecia tudo bem pior do que haviamos ardilosamente deixado.
Já são seis laranjas descascadas, o que me faz entender o elo dessa fruta comigo e com a dona Roselene. Cada volta na casca traz uma história, uma visão de 12 anos juntos, dos quais lembro perfeitamente de 8...E ainda vejo o descasque de laranja perfeito de minha mãe.
Ela falava que a gente tinha que girar a casca falando todo abecedário, e na letra que arrebentasse, seria a letra inicial do amor da vida.
Coincidência ou não mãe, deu "L", a maioria das vezes...
Coloco tudo no fogo. A reunião acaba, soluções, ainda não encontramos todas...Vamos lutar, levantar a cabeça e descascar qualquer problema, como tu me ensinou a fazer com uma simples laranja.
No fim, a geléia ficou dura.
Perdi o tempo, passou o ponto, mas mesmo assim, muito saborosa.
Entendi hoje, olhando para geléia no pote, que as vezes a vida não é bem como a gente quer, e eu queria muito ligar para minha mãe ontem, e dizer o quanto a amo... Mas ela foi sem deixar o telefone. Só que a geléia que deu errado, que num certo momento saiu do curso que eu queria, vai virar uma bala deliciosa, um caramelo azedinho e doce...
Assim é a minha vida. Perdi minha mãe. Mas ganhei um pai que é uma mãe, irmãs que são mães, irmão que é mãe, tias que são mães...E a casca da laranja me trouxe a Lucia que depois me deu a Alice, minhas doces e saborosas balas!
Mãe, onde tu estiver, saiba que cada laranja que descasco é um beijo que nos damos!
Te amo!




INGREDIENTES:
• 12 laranjas
• 1 Kg de açúcar
• 1 copo de água 
• 1/4 de gengibre picado
Para o modo de preparo, tire a casca de 3 laranjas e corte em tirinhas finas, depois faça o suco de 6 laranjas. O passo seguinte é aproveitar a polpa das laranjas, sem perder o suco, (tire qualquer forma de bagaço, na próxima vez usarei só os gominhos).
Um passo muito importante é dar um banho nas cascas da laranja, já em tirinhas, em uma panela. 
Dê uma fervura e jogue esta água fora. 
Depois coloque tudo na panela. Eu acrescentei o gengibre.  
O ponto eu não sei, porque se você leu o texto acima, sabe que eu perdi o ponto.
 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Gurizada Buena do Peixe Empanado























Gurizada buena!
Sempre falo isso quando vou gravar um vídeo, é a minha claquete, minha cabeça, a marca da Culinária Tosca.
Dessa vez reamente estou com uma gurizada muito buena!
Esse história começa há uns dois posts atrás, o peixe frito que fiz para acompanhar a limonada da Gessy. Depois eu reencontro esse peixe-frito na sexta-feira santa, sou católico no estômago. Sempre comi peixe nesse feriado cristão, meu pai sempre assava um belo peixe e fazia o seu arroz de bacalhau, um dia posto aqui. Nesse dia seguindo uma tradição familiar, saí com Alice, fomos ao mercado público e compramos nosso alimento do dia.
Em casa começamos o belo e limpo processo de empanar os peixes.
Três tipos farinha, como se faz em Bogotá, ovo, uns 3 deles, batidos.
Coloco as gemas e claras numa tigela funda, uma cunbuca. Em outros 3 pratos, farinha de trigo, rosca e a de milho, com floco grande. Alice vê a cena.
O pai pega um filé, coloca na farinha de trigo, depois no ovo, farinha de rosca, ovo de novo e farinha de milho. A filha olha atenta e pergunta...
– Posso te ajudar?
– Pode! A mão tá lavada?
A guria, sai da cozinha pega o banquinho que faz ela alcançar a pia, lava as mãos e chega pronta.
Para Alice é muito bom cozinhar, mas o melhor é se sujar, e uma receita onde tu consegue fazer isso ao mesmo tempo, é o paraíso. Ela empana peixes com maestria, domina a arte. Uma prodígio.
Nesse fim de semana prolongado participamos de um projeto da escola da Alice, tinhamos que escrever, colocar fotos, desenhos, contar um pouco da nossa rotina. Um diário de bordo. Fizemos isso, e foi assim que a escola conheceu o peixe empanado do Tata e agora da Alice e pediram pra eu ir lá, cozinhar um pouquinho para eles, melhor, com eles. Já que Alice e seus coleguinhas amam cozinhar.
Claro, procurando criar pessoas melhores e mais saudáveis a escola pediu para eu não fritar os peixes, mas sim, assa-los. E foi o que fizemos. Devo confessar que tive medo do resultado, pois tudo que é frito é melhor, mas a experiência foi divina, e o resultado também.
Foi um dia espetácular, começamos com a feira. Encontrei todos pequenos lá. Nesse dia especial não tinha peixeiro, descobrimos que eles folgam depois da semana santa. Compramos então, limões e ovos. Depois fomos pro mercado, dessa vez encontramos o peixe e as farinhas.
Fui pra escola, a galerinha almoçou. Por volta de umas 15 horas me ligam da escola pedindo que eu vá cozinhar. Eu vou. O lanchinho da tarde vai ser o peixinho assado!
Chegando lá, muita alegria por parte das crianças, Alice está muito feliz e orgulhosa, mas o mais legal é sentir uma energia que se renova em poucos segundos, todo teu mau-humor vai embora. Criança é mágica! A alegria deles chega na gente por wi-fi, rapidamente já estamos sorrindo e nos sentindo muito leves.
Esse ano a escola da Alice completa 25 anos, há dois que ela tá lá, e é a segunda vez que cozinho pra eles. O mais legal nisso tudo é que a escola da Alice faz eu ficar bem mais unido com minha filha, além de me dar o barato mais legal que já curti na vida, que é busca-la no fim da tarde, eu tenho a opurtunidade de conviver com seu amiguinhos.
Aqui mais um vídeo da Vergonha Alheia Própria Produções em parceria com a Orgulho Total e Intrasponível Filmes, o terceiro episódio do Culinária Cota.
Assista e aprenda com elas! Bom filme!

quarta-feira, 27 de março de 2013

A Menina Mais Bonita da Cidade!























Sim, é um título do Bukowski, juro que pensei em outra coisa, mas nada é mais adequado para a história que esse título.
Vamos a ela...
Eu a via como se fosse a menina mais bonita da escola, aquela que sempre para todo mundo. E todo mundo para pra olhar a qualquer hora. Aquela que você gira o pescoço quando passa, e o tempo passa devagar. Todo dia, a caminho do metrô, ou quando vou ao Mercado Público de Pinheiros, minha cabeça quebra, gira, muda o sentido. Mesmo na companhia da minha mulher, já cheguei até a suspirar por ela ao lado de Lúcia. Onze anos morando no bairro, sempre nos encontramos no mesmo ponto da Teodoro Sampaio, entre as esquinas da Pedroso de Morais e Deputado Lacerda Franco, ela sempre vestindo dourado, e eu nunca me despindo da vontade.
Hoje saí de casa para comprar lâmpadas, o homem moderno não sai mais para comprar cigarros, passei por ela, linda e bronzeada. Gostosa, desculpe, mas não ha outro adjetivo no mundo. Olhei de canto, como fiz toda vez, rápido, discreto, mas suficiente...
Comprei oito lâmpadas, duas econômicas e seis incandescentes, tal qual meu desejo.
Fui pagar, retirei do bolso com a mão trêmula minha carteira. Percebi que esqueci o cartão. Liguei para minha mulher.
– Gatinha? Tu tá em casa ou já saiu?
– Já saí!
– Tá caminhando?
– Não!
– Tá no táxi?
– Não!
– Tu tá voando?
– Hahahahaha! Não, tô aqui na reunião já...
– Ah tá...É que esqueci meu cartão...Beijo.
O plano perfeito do destino estava arquitetado.
Casa sozinha, filha na escola e a cachorra ainda não fala.
Subi as escadas, num pé peguei o cartão, no outro já fechei a porta, corri, paguei pelas lâmpadas e fui até ela.
Quando me viu, eu a vi, dessa vez o olhar foi bem mais demorado, entrei, levantei a cabeça e disparei.
– De quê que é?
Calne, plesunto quejo, flango catupily!
Toma a frente para me responder um senhor que deve ser seu pai, ou seu criador, sei lá...
– Hã...Quero de carne, e esse de que que é?
Calne, plesunto quejo, flango catupily!
– Então uma coxinha e um desse negócio de presunto e queijo.
Fui pagar, e vi uma placa...Sabia o que estava escrito, mas precisava ouvir...
– Não aceita cartão?
Não, só dinheilo! Só dinheilo!
– Espera! Já volto.
Corri, e com o um pé abri a porta, com o outro, peguei o dinheiro.
Paguei, peguei.
Já em minhas mãos, abracei, corri pra casa com ela!
Dona Fogassa, paguei pelas suas carnes, sua coxinha e essa coisa estranha e cilindrica recheada de presunto e queijo, a quantia de R$ 7,30, saiba que, depois de onze anos hoje finalmente eu vou lhe comer!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Nem tudo se filma, mas tudo fica registrado!!






















Nem tudo se filma. Nem tudo pode ser registrado num passo a passo.
Queria ter uma câmera no olho, que filmasse, fotografasse, e quem sabe até um raio X, mas filmar e fotografar já estava de bom tamanho, até mesmo, para não estragar as surpresas.
No entanto, não dá pra registar tudo.
Eu tento, Alice e meus HD's estão de prova, mas sabemos que tem horas que a gente esquece de apertar o botão. E muita coisa influencia nisso.
A falta de bateria na câmera, o cartão que a gente esqueceu de descarregar. Mas minha desculpa preferida, é não desperdiçar o momento, ele vai ficar registrado, numa gavetano fundo da nossa cabeça.
O chato é que não vai dar pra subir na mesma hora no you-tube, eternizar no facebook, enquanto ele dure, (isso foi bem Pedro Bial, desculpe), enfim, poder ver a qualquer momento e qualquer hora.
Em contraposição, a maior vantagem, desse momento não registrado pela câmera, é que a gente pode viver na hora que quiser, basta fechar o olho e procurar.
A Galinhada da Cafofolia me fez sentir um pouco mais forte isso tudo que descrevi acima.
 Sirvo o prato, porção de galinhada, farinha em volta, queijo parmesão ralado grosso, salsa e cebolinha  e um fio de azeite (uns seis fios...), entrego o prato, que não foi registrado, ouço a pergunta sobre qual cerveja harmoniza melhor com o prato, eu respondo...
– Pega a mais barata, a galinhada já tem toda a mágia necessária.
Alguns minutos depois, o prato vem vazio, porém com o melhor elogio...
– Cara, gosto de infância, fui pra casa da minha vó, esse arroz com queijo, isso é muito coisa de criança...
Perto de um elogio desses, a gente fala um simples obrigado, mas o rosto se transforma, o corpo infla e tudo gargalha...
Alguns dias depois, quatro para ser mais exato, frito uns peixes em casa. Toda minha infância gostei de peixe frito, gostava tanto, que seguido eu ficava com a boca aberta, grasnando desesperado, e via os olhos apavorados da minha mãe e do meu pai, um procurando miolo de pão pra me enfiar goela abaixo, outro enfiando os dedos na goela, ainda sem pão, pra tentar puxar o espinho...
Essa lembrança, pode não ser a ideal pra um comercial de margarina, mas traz minha mãe e meu pai juntos, querendo me salvar de um espinho de uma saborosa traíra frita. Toda vez que frito ou como um peixe frito lembro disso, e lembro que minha sogra que faz a melhor traíra frita do mundo, e mais de uma vez já trouxe elas de Santa Maria pra Sampa. Ou sentado num parque de Dublin, abrindo o papel e vendo um bacalhau frito que seria devorado com batatas. Como não ter boas lembranças com peixe frito.
A boa comida tem isso, e pouco importa se ela é feita com caldo de cubinho, ajinomoto ou glutamato, o importante é que essa comida tenha teletransporte, e te leve pra casa da vó, da mãe ou daquelas tias queridas...
Nesse dia de peixe frito Gessy fez uma limonada deliciosa pra brindarmos e essa limonada foi feita com 3 limões, água, gelo, açúcar e muito teletransporte!!!






















Agora vamos aos ingredientes e o modo de prepado do peixe.

A fritada de sexta não foi de Traíra, foi de San Petter, dizem que não passa de uma Tilápia...
Os outros ingredientes?
• Limão, raspas na verdade, dica da mãe de André Fernando Schröder.
• Sal 
• Pimenta  
• Ovo
• Farinha de milho
• Farinha de rosca 

O modo de preparo, não registrado, será descrito. Uma homenagem ao clássico.

Era uma vez 4 bravos filés de San Petter.
Ainda frescos foram congelados, depois de longas luas, da noite para o dia foram retirados da câmara fria, jogados num refratário. De volta ao seu antigo ambiente foram deixados ao vento para descongelarem.
Descongelaram, porém, dois estavam mortos, já podres...
Como sempre, os maiores e mais fortes, sobreviveram...
Foram cortados ao meio, e transformados em 4 de novo.
Os 4 bravos San Peter's foram empanados, jogados primeiro ao ovo batido, depois em farinha de milho e por último em farinha de rosca.
Atirados em óleo quente, fritaram por menos de três minutos, e renasceram dourados e belos.
Foram servidos com arroz branco e rúculas com molho de mostarda e mel Heinz.
Brindamos com a melhor limonada. E assim terminou essa saga.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cafofolia















É a segunda vez, e vai rolar na segunda!

Todo mundo sabe o quanto o Brasil venera a feijoada, o prato oficial do Carnaval. Mas nós do CAFOFO acreditamos na sinceridade: o que todo mundo quer mesmo é galinhar no Carnaval.

É coxa, peito, pinto e muita folia!

Sabendo disso, o segundo CAFOFOLIA vai servir a tradicional galinhada do Culinária Tosca. O preço? Módicos R$ 10 pela porção.

Além de galinhar, quem vier pular o nosso Carnaval vai curtir o som da Heleninha Roitman and the Punk Tosco Full Glass Band Project e também poderá investir num momento celebridade com o nosso Karaokê de Parede. Traga a sua música favorita e a banda (formada por quem quiser tocar) se encarrega de te acompanhar nessa missão – aqui ninguém paga mico sozinho!

CAFOFOLIA
Quando? Dia 11/2, segunda-feira de Carnaval
Hora? A partir 19 horas...
Quanto? Nada! Só paga o que consumir. A porção de galinhada custa R$ 10, a Skolzinha sai por R$ 5, a Stella Artois por R$ 8 e a cachaça Boazinha por R$ 7. A água geladinha é de graça!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Molho Presto, digo, Pesto.















Pela primeira vez na cozinha nova, apareço na frente das camêras, como o hostess de sempre.
Fora o fato de eu ter me mudado, o resto não mudou.
Continuo o mesmo sujeito sem muita destreza diante das camêras.
Está certo, ainda estou estudando, mas não consigo passar do nível Paloma, da renomada Escola Duarte's Dramáticas, e sei que chegar no nível máximo; o Lima Duarte, ainda requer muito estudo e dedicação. Estou estagnado, não evoluo.
Sou o típico ator brasileiro, exceto pelo fato de que não dormi com o Wolf Maia. Sou tal qual um Reinaldo Gianecchini, um Erik Marmo, um Cauã Reymond, fazendo papéis diferentes, mas sendo igual em todos.
Como evoluir? De onde tirar inspiração?
Já que é tão difícil compra-la, vide o nosso mártir, Marcelo Anthony, que tentou, mas foi violentamente repreendido pela polícia gaúcha.
Se o nosso governo não fosse tão hipócrita, se pudessemos plantar nossa inspiração livremente como faço com o meu manjericão. 
A receita que apresento nesse post por exemplo, consumo consciente.
Um simples molho pesto, onde uso quase todo o meu manjericão. No entanto, retiro um pequeno raminho, coloco num copo d'água, e recomeço. Planto para ter um futuro.
Sem mais delongas, vamos aos ingredientes do molho pesto, porque pelo visto a inspiração vai continuar em falta.

• um maço de manjericão (podem ser os da feira).
• quatro dentes de alho.
• uma xícara de castanhas de pará.
• uma xícara de queijo parmesão (ralado na hora).

• sal.
• pimenta do reino. 

• azeite.

Agora, para o modo de preparo, assista a mais um vídeo da Vergonha Alheia Própria Produções, uma produtora cheia de boas ideias, como o do Antonhy de pagar inspiração com um cheque...








terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Confie no Malcon!















Primeiro Toscozinha de 2013.
Serão apenas 13 vagas.
Nosso bom e velho Xis.
Será no dia 20, domingo, às 20 horas.

O lanche entra 2013 sem nenhum reajuste, R$ 20,00,
exceto o vegetariano que custa R$ 25,00.

Sabores:
• Xis Costela Egg Bacon, R$ 20,00.
(ervilha, milho, tomate, alface americana, maionese caseira, ovo, queijo, bacon e costela bovina)
• Xis Coração Egg, R$ 20,00.
(ervilha, milho, tomate, alface americana, maionese caseira, ovo, queijo e coração de galinha)

• Xis Vegetariano, R$ 25,00.
(ervilha, milho, tomate, alface americana, maionese caseira, ovo, queijo e cogumelo shitake)

Será no Cafofo.
Reservas por e-mail. (ricardo.toscani@gmail.com)