Há 12 anos
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Nem tudo se filma, mas tudo fica registrado!!
Nem tudo se filma. Nem tudo pode ser registrado num passo a passo.
Queria ter uma câmera no olho, que filmasse, fotografasse, e quem sabe até um raio X, mas filmar e fotografar já estava de bom tamanho, até mesmo, para não estragar as surpresas.
No entanto, não dá pra registar tudo.
Eu tento, Alice e meus HD's estão de prova, mas sabemos que tem horas que a gente esquece de apertar o botão. E muita coisa influencia nisso.
A falta de bateria na câmera, o cartão que a gente esqueceu de descarregar. Mas minha desculpa preferida, é não desperdiçar o momento, ele vai ficar registrado, numa gavetano fundo da nossa cabeça.
O chato é que não vai dar pra subir na mesma hora no you-tube, eternizar no facebook, enquanto ele dure, (isso foi bem Pedro Bial, desculpe), enfim, poder ver a qualquer momento e qualquer hora.
Em contraposição, a maior vantagem, desse momento não registrado pela câmera, é que a gente pode viver na hora que quiser, basta fechar o olho e procurar.
A Galinhada da Cafofolia me fez sentir um pouco mais forte isso tudo que descrevi acima.
Sirvo o prato, porção de galinhada, farinha em volta, queijo parmesão ralado grosso, salsa e cebolinha e um fio de azeite (uns seis fios...), entrego o prato, que não foi registrado, ouço a pergunta sobre qual cerveja harmoniza melhor com o prato, eu respondo...
– Pega a mais barata, a galinhada já tem toda a mágia necessária.
Alguns minutos depois, o prato vem vazio, porém com o melhor elogio...
– Cara, gosto de infância, fui pra casa da minha vó, esse arroz com queijo, isso é muito coisa de criança...
Perto de um elogio desses, a gente fala um simples obrigado, mas o rosto se transforma, o corpo infla e tudo gargalha...
Alguns dias depois, quatro para ser mais exato, frito uns peixes em casa. Toda minha infância gostei de peixe frito, gostava tanto, que seguido eu ficava com a boca aberta, grasnando desesperado, e via os olhos apavorados da minha mãe e do meu pai, um procurando miolo de pão pra me enfiar goela abaixo, outro enfiando os dedos na goela, ainda sem pão, pra tentar puxar o espinho...
Essa lembrança, pode não ser a ideal pra um comercial de margarina, mas traz minha mãe e meu pai juntos, querendo me salvar de um espinho de uma saborosa traíra frita. Toda vez que frito ou como um peixe frito lembro disso, e lembro que minha sogra que faz a melhor traíra frita do mundo, e mais de uma vez já trouxe elas de Santa Maria pra Sampa. Ou sentado num parque de Dublin, abrindo o papel e vendo um bacalhau frito que seria devorado com batatas. Como não ter boas lembranças com peixe frito.
A boa comida tem isso, e pouco importa se ela é feita com caldo de cubinho, ajinomoto ou glutamato, o importante é que essa comida tenha teletransporte, e te leve pra casa da vó, da mãe ou daquelas tias queridas...
Nesse dia de peixe frito Gessy fez uma limonada deliciosa pra brindarmos e essa limonada foi feita com 3 limões, água, gelo, açúcar e muito teletransporte!!!
Agora vamos aos ingredientes e o modo de prepado do peixe.
A fritada de sexta não foi de Traíra, foi de San Petter, dizem que não passa de uma Tilápia...
Os outros ingredientes?
• Limão, raspas na verdade, dica da mãe de André Fernando Schröder.
• Sal
• Pimenta
• Ovo
• Farinha de milho
• Farinha de rosca
O modo de preparo, não registrado, será descrito. Uma homenagem ao clássico.
Era uma vez 4 bravos filés de San Petter.
Ainda frescos foram congelados, depois de longas luas, da noite para o dia foram retirados da câmara fria, jogados num refratário. De volta ao seu antigo ambiente foram deixados ao vento para descongelarem.
Descongelaram, porém, dois estavam mortos, já podres...
Como sempre, os maiores e mais fortes, sobreviveram...
Foram cortados ao meio, e transformados em 4 de novo.
Os 4 bravos San Peter's foram empanados, jogados primeiro ao ovo batido, depois em farinha de milho e por último em farinha de rosca.
Atirados em óleo quente, fritaram por menos de três minutos, e renasceram dourados e belos.
Foram servidos com arroz branco e rúculas com molho de mostarda e mel Heinz.
Brindamos com a melhor limonada. E assim terminou essa saga.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário