quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma Fantástica Fábrica de Massas.














Como o insosso Charlie Bucket sou convidado para conhecer uma fantástica fábrica, no entanto não me deparo com o perturbador Gene Wilder, muito menos com o esquizofrênico Jonhy Deep, o meu Wonka se chama Ivan Bornes, um dos responsáveis pelo excelente Primo Pastifício, uma casa de massas localizada no bairro de pinheiros, na Fradique coutinho, esquina com Arthur de Azevedo.
Como o pobre Charlie, não tive dinheiro para comprar barras e barras de wonka, muito menos bandeijas e mais bandeijas de sorrentinos, como fizeram Veruca Salt, Augustus Gloop, Violet Borregaard e Mike TV. Tive que contar com a sorte.
Quando o Primo Pastifício abriu as vagas para o jantar na fábrica, em um cartaz colocado no vidro da loja, eu apenas olhava o maquinário pela janela e imaginava se poderia eu jantar com os Wonka's do carboidrato. Chovia, ventava frio, e eu me dirigia para minha humilde casa pensando nas maravilhas postas a venda nessa incrível fábrica de massas caseiras. Os felizardos saim um a um, em cada canto de São Paulo, e rapidamente a última vaga é preenchida, escuto ao longe a comemoração, eu choro, caio num desespero profundo. Quando chego em casa ligo a televisão e Cristiane Pellajo, que cada dia parece gostar mais de uma boa macarronada, avisa que o último ticket era falso, tinha saído para alguém na Rua 25 de Março, mas não era o verdadeiro e sim produzido na China, com isso reacende em mim a esperança.
No 25 de setembro, estou em minha casa, e Lucia minha mulher, lê meus e-mails, num deles o senhor Ivan Bornes me parabeniza da seguinte forma...
Olá Toscani,
Estava zanzando por ae, atrás de uma receita impossível, e me deparo com teu Blog... muito bom!
E me diverti pacas e demos muitas risadas com minha mulher lendo teu texto.
Tomei a liberdade de colocar um link do nosso blog pro teu, pra que nossa galera possa te visitar e conhecer tuas receitas subversivas de sorrentinos fritos.
Abração,
Ivan

Saí correndo de casa para agradecer o e-mail de Ivan, pessoalmente, mas um de seus Ompa Loompas me avisou que ele não podia me atender no momento, pois estava muito ocupado. Voltei pra casa e resolvi então agradecer por e-mail. Escrevi, agradeci.
A resposta chega, abro o e-mail bem devagar, só um cantinho, e vejo um pequenino ponto dourado. O senhor Macintosh , que vê minha cara de satisfação, diz para eu correr pra casa, não dar conversa, nem confiança a ninguém. Uma mulher me oferece uma bicicleta, outra R$ 200.000,00, um homem me pega pelo braço, então o senhor Macintosh me olha nos olhos e enfatisa:
– Corra para sua casa o mais rápido que puder menino.
Logo grita com as pessoas:
– Saim, saim seus abutres.
Em casa encontrei Lucia e pedi que ela me acompanhasse até a fábrica, junto com Alice minha filha. É, ao contrário de Charlie Bucket, não sou gay. 
Lá chegamos, primeiro eu e Alice, depois Lucia. Colocamos a mão na massa, comemos gnocchi, e outras massas incríveis saídas das máquinas malucas do Primo. E preparadas pela mão do Wonka número dois, Marcelo Nonohay, que encerrou a noite com um delicioso petit gateau.
Conversei muito com a senhorita Wonka, Pippi Ertel, e ela me ajudou muito dividindo o colo para a Alice.
Ivan Schiappacasse Bornes, nos servia vinhos, contava histórias e comandava o passeio pela fábrica. E também nos ofereceu um ótimo café.
Por fim, com todos presentes, inclusive a gatinha, comemos, bebemos e conversamos muito bem. Tá certo, não teve elevador de vidro, nem musicas dos ompa loompas, muito menos Wonkas nervosinhos batendo na mesa dizendo não acreditar na humanidade, como o Gene e o Jonhy. Mas o retorno para casa foi feliz, levemente embriagado e plenamente satisfeito, com a excelente companhia e jantar. Um banho na Alice, um passeio com a cachorra, um beijo na mulher e umas cervejas no novo apartamento de novos amigos encerra a noite.
Pode ser que demore pra sair um ticket wonka do primo para o amigo leitor.
No entanto a fábrica está aberta e pode ser visitada a qualquer dia na rua Fradique Coutinho esquina com a Arhtur de Azevedo, é fácil fazer uma boa comida com a ajuda dos primos.
Valei-me Nelson Rodrigues.
 
 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Primeira Receita Vegetariana do Culinária Tosca. Sopa Gaúcha.






Como aurora precursora, levanto para fazer a primeira receita vegetariana do culinária tosca, cansado e sonolento. Esqueço até a letra do hino do Rio Grande. Do farol da divindade, que estava escondido atrás das nuvens paulistanas ainda as 06:30, num céu que se mantem nublado uma hora depois. Foi o vinte de setembro, e hoje, aqui nesta cidade cinza que comemora uma guerra perdida como nós os gaúchos, comemoro meus 8 anos de São Paulo.  O precursor da liberdade, bairro japonês e berço da civilização japonesa, coisa que não tem lá no Rio Grande do Sul, lá só tem chinas e chinocas. Mostremos valor e constância, por isso chamam nós gaúchos de arrogantes, mas somos humildes brasileiros, mal interpretados pelo restante do país, apenas temos um orgulho excessivo da nossa cultura. Nesta ímpia e injusta guerra, só queremos nosso espaço, somos brasileros que fomos separados por um tratado de Todesilhas, dos catarina pra baixo era tudo espanhol e lá ficamos, colonizados pelos Padres Jesuítas. Sirvam nossas façanhas, tal qual aos feitos de Getulio Vargas, Erico Verissímo, Luiz Felipe Scolari, Humberto Gessinger. De modelo a toda terra taí a Gisele Bunchem para provar. De modelo a toda terra como Carol Trentinni, Rachel Zimmerman, Shirley Malmann, Letícia Birkheuer. Sirvam nossas façanhas, pois o que fazemos de melhor dividimos com o mundo. De modelo a toda terra, e damos muito mais, damos atores, Paulo José, José Lewgoy, Walmor Chagas. Atrizes, Glória Menezes, Leila Lopes. Cineastas como o Jorge Furtado. Cantores e cantoras, Nelson Gonçalves, Lupicínio Rodrigues, Elis Regina. E filósofos, como Paulo César Peréio. Mas não basta pra ser livre, por isso desistimos do separatismo, fomos um país, durante os 10 anos da Guerra dos Farrapos, de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845. Mas percebemos que  ser forte, aguerrido e bravo é o que nos faz brasileiros também.  Povo que não tem virtude, mas ninguém é perfeito. Acaba por ser escravo, de uma corja, de um bando crápulas corruptos, que ficam só mamando nos fartos seios da pátria mãe gentil, como Pedro Simon (PMDB-RS) que tá lá ha tanto tempo e nada faz, ou Sérgio Moraes (PTB-RS), que não liga para a opinião pública. Isso pra citar só dois. Mas todos lembram do Emílio Garrastazu Médici.
Por isso...   
Mostremos valor e constância, diante desses politicos podres. Nesta ímpia e injusta guerra, vamos nos defender votando certo ou anulando o voto, a escolha é sua, quem sabe até pegando em armas, para cortar o mal pela raíz, como foi no 20 de setembro e acabar com a impunidade e as injustiças do Império, que continua com os mesmos barões.  
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra  
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas  
De modelo a toda terra.
Assistam agora ao video modo de preparo realizado na manhã de hoje, pela Vergonha Alheia Própria Produções. Um vídeo muito instrutivo, com uma receita extremamente nutriva e livre de carnes, para você meu amigo vegetariano que acompanha o blog, para você meu amigo gaúcho que se orgulha de tudo de muito bom que vem do nosso amado Rio Grande do Sul, como o eterno cigano Igor, personagem que ganhou vida graças ao talento de Ricardo Machi.   

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Le Enroladinho!!















Enroladinho de presunto e queijo é o que?

Pode ser larica, se você chega altas horas da madrugada, cercando o frango como me definiu um taxista, isto é, fora de um estado normal de consciência, enebriado por uma alegria inconsequente que só a imaturidade e o rock and roll proporcionam, e o samba no caso do Zeca Pagodinho. Usando ingredientes não tão tradicionais como:

• uma fatia de queijo,
• uma fatia de presunto
• três unidades de pastelina. (Pode ser pingo d'ouro, ruffles, doritos, torcida, sticky's ou palitinhos)
• requeijão a gosto.

Mas pode ser também uma iguaria culinária extraordinária se combinada com outros ingredientes, ou especiárias mais usuais. Além de um pouco de paciência e fogão. 
Para tranformar uma tradiocinal larica como enroladinho de presunto e queijo em um cardápio sofisticado da cozinha moderna e atual, é simples, basta ter em casa ou comprar:

• uma fatia pão sírio.
• uma fatia de presunto.
• uma fatia de queijo.
• um tomate cereja grande, cortado em fatias.
• um galho pequeno de manjericão fresco que nem o Giane.
• queijo parmesão ralado.
• requeijão a gosto.

Nesse caso, ou com essa quantidade de ingredientes, é bom que o cozinheiro esteja sóbrio, ou levemente alcolizado, pois cozinheiros precisam ser meio tontos, um pouco retardados, com o telencéfalo não muito desenvolvido, falo claro, não dos grandes chefs, mas dos apresentadores de programas culinários, como Edu Guedes, como Daniel Bork, como eu, quem sabe como você e como o Serra também, que come todo mundo.
Bueno, o modo de preparo foi gravado pela nossa grande parceira a Vergonha Alheia Própria Produções e eu diante das câmeras encontrei a monotonia, não tenho mais desafios, estou apto, ela não me assusta mais. Já sei atuar com as sobrancelhas como Mariana Ximenes, pender a cabeça de forma interpretativa, ora interrogativa ou agitando ela freneticamente como muito bem faz Cauã, sei mudar minha voz e tenho o talento de fazer vários sotaques parecerem o mesmo, tal qual Aracy e Tony, passo do grego ao italiano, em segundos, do armênio ao italiano também, num piscar de olhos dramáticos, do jeitinho da Regina Duarte.
Sim agradeço a instituição EAD M, D, X & R (Escola de Artes Dramáticas Marmo, Dolabella, Ximenes & Reymond) e a Escola Duarte's Dramáticas, onde já passei pelos seus vários cursos profissionalizantes na carreira de ator, por vários níveis, o Paloma Duarte, o Gabriela Duarte, o Débora Duarte, o Regina Duarte, e agora que me falta só último, a faixa preta da atuação, o nível Lima Duarte, estou entediado.
Preciso mudar, fazer algo diferente, mas enquanto isso não acontece, veja esse filme, aprenda a fazer um enroladinho, melhor que o do Marcelo Anthony, que é do bom.



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Apresentando a série..."As diferenças entre Larica e Culinária", prato do dia: Tos Kani


















Segunda 6 de setembro de 2010, estou em São Paulo, sentando no meu apartamento, com a boca cheia de dentes, mas no caso, não esperarando a morte chegar, mas morto na frente da televisão. Vejo CQC, e me dou por conta do tempo perdido. Não pelo programa que acho bem legal, mas por ter recebido a notícia que Palmirinha está fora do ar.
Porque no Rio Grande do Sul não tinha Gazeta?
Porque não chegava lá em casa esse belo programa de culinária?
Tive a chance de ver quando mudei para São Paulo, no entanto, neguei esse canal, dizendo sentir saudades da RBS. Ah! A burrice da juventude! RBS?
Onde estava minha cabeça quando eu tinha 23 anos?
Perdi bem mais que a Diva do forno e fogão.
Perdi de acompanhar todos dias a inspiração culinária de Palmirinha e também os conselhos de Guinho.
De repente, durante o programa pensando no vazio que eu sentia, pela negligência ao programa de Palmira Nery da Silva Onofre, senti além do vazio, muita fome.
Me dirigi até a cozinha.
Na pia os kanis, descongelavam.
Abro a geladeira, retiro o requeijão em pote de vidro, aviação.
Fecho a geladeira e encontro ao lado do liquidificador, perto do bar, o sal, a pimenta, azeite, vinagre e um vidro de molho shoyu. Escolho ele.
Junto aos doces e outras laricas, que guardo em um cesto no armário da cozinha, encontro um pacote de alga marinha tostada e temperada para aperitivos. Alga ou algo que comemos na casa de Patricia Oyama, jovem, japonesa, jornalista, que nos deu a excelente dica da compra.
Então, coloco na minha frente o pacote de algas, o shoyu, requeijão e o kani. Começo comendo de maneira descordenada, sem saber o que vai com o que, quem combina com quem. Larica.
A minha definição de larica é comer só para acabar com a fome, o que eu acho muito nobre e respeitoso, sem muita preocupação com o paladar,  muito menos com a elaboração de um prato, ideia ou criação. Comer e só.
Mas nesse 6 de setembro eu laricando em frente a TV, tive uma luz gourmet, e de maneira ordenada, ensaiada.
Como se fosse algo que já estivesse ha muito tempo na minha cabeça, eu de maneira ritmada, pego uma alga, pincelo ela com requeijão, não um qualquer, mas um Aviação, o Karandash dos laticínios, e no tempo que eu pincelava a alga, num potinho com shoyu descansava uma fina camada kani, que coloquei num berço esplêndido de alga e requeijão levei até a boca onde a crocância da alga,  se encontrou com a cremosidade do requeijão, o suculento shoyu, o tenro Kani e a ácida saliva, da boca cheia de dentes e  nesse momento deixa de ser uma cena bonita. Mas se transforma num momento saborosíssimo.
Faço para minha mulher, ela come e sorri. O sorriso de Lucia é sincero, verdadeiro e quando é de prazer se torna-se maravilhoso.
Vou para cozinha.
Está mais do que na hora de tirar a poeira e as teias de aranha que toman conta do blog. Então gravo o primeiro episódio da série:
"As diferenças entre Larica e Culinária."
Saí errado, desisto. Acho que não vale a pena, afinal é só uma alga, com requeijão e Kani com shoyu.
Mas minha mulher diz:
– Vai lá grava, faz tanto tempo que tu não sobe um post...
Volto na cozinha e resolvo fazer direito.
Fazer certo, com vontade e dedicação.
Como faz o Cauã Reymond interpretando um retardado, ou a Gabriela Duarte dando vida a uma personagem sem expressão, ou mesmo o Gianechinni interpretando um homosexual.
Luz, câmera, ação! Video modo de preparo Culinária Tosca. Gravando!