sábado, 16 de outubro de 2010

Arroz com Galinha e Tosca.














Vamos falar de amor.
Sobre os opostos que se atraem e os iguais que se procuram.
Sou o oposto. Sou lerdo, preguiçoso, com pouco senso de orientação, pareço burro ás vezes e sou canhoto, nem todas são qualidades.
Já Lucia é completamente o contrário, é destra, é muito inteligente, tem um GPS na cabeça, hiperativa e rápida na maioria das vezes, o que é uma grande vantagem.
Eu e Lucia nos amamos. Nos amamos tanto que fizemos uma filha, um amor incondicional.
Hoje os nossos opostos criam um ser humano maravilhoso.
O que tem em Alice é nossa completa mistura, mistura essa que tem em toda a criação da Baba, nossa cachorra.
A Preta Gil é o maior exemplo de que o amor por um filho é incondicional. Gil podia ter fugido da paternidade, mas resolveu ficar e amar muito essa criatura, digo, menina de maneira incondicional. Ele ligou muitas noites para ela pra ela e falou doce ao telefone "só chamei pra dizer te amo", porque ela precisava ouvir que era amada, ele precisava convence-la dissso. Ou mesmo quando chegava da escola e contava ao pai a coleção de apelidos que ouvia diariamente, ele a consolava disfarçando as gargalhadas, "não, não chores mais, menina não chore assim, não, não chores mais. bem que me lembro da gente sentado alí...". 
Preta sim, foi criada para dar e receber, muito amor.
Ela ama sem distinção, e foi amada da mesma forma, isso pode fazer com que ela seja confundida com uma galinha, isto é, uma Paris Hilton nacional e mal acabada. Só por amar pessoas como Otávio Müller, Felipe Shure do profissão repórter, o Márcio Vitor vocalista do Psirico, a Marlenne Mattos e o Giane, mas pra mim o Giane é meio arroz, tipo os namorados da Susana, Ana Maria...O Bruno de Lucca, que não come, só acompanha.
Está sem nenhum amor? Estão de chamando de gay ou lésbica e ainda não quer assumir? Muito, muito velha? Chama o arroz!
Ele pode ser amigo, namorado ou simplesmente um companheiro.
Sem moral, com baixa estima?
O arroz é o cara. O Bruno De Lucca é o cara.
Falando em arroz, penso que no amor valem as mesmas regras da culinária. Nem tudo precisa combinar, nem tudo tem que ser harmônico. Temos medidas e elas são importantes, respeitamos isso, é o que dá o tom de uma receita, o caminho. No entanto se passarmos da medida criamos um novo sabor, pode ser bom, pode ser ruim, mas importante é curtir o momento, apreciar, e fazer dele eterno enquanto dure. Mas e se o arroz encontra o amor? Se esse arroz encontra o ingrediente que faltava? A tampa da panela, a manteiga no pão?
Por fim, se em alguma balada aquilo que era pra ser apenas um favor, um acompanhamento, ou um capricho de não querer sair de casa sozinha, transforma-se num sentimento bem maior e mais bonito.
Nesse dia o Bruno de Lucca vai olhar nos olhos da Preta Gil, e vai sentir o amor. Aquilo que primeiro veio com o gostar, depois com a paixão e culminou com o amor eterno. Nesse exato momento teriámos um dos pratos mais populares da culinária gaúcha, e das mesas da minha familia. O Arroz com galinha.
Para fazer arroz com galinha é tão simples quanto amar, basta sentir, querer muito, olhar nos olhos, ter muita vontade e claro alguns cuidados. Como os ingredientes certos...

• 7 pedaços de Susanas Vieiras, (eu usei 3 sobrecoxas, 1 coxa, 2 coxinhas e 2 asas).
• 4 xícaras de namorados dela, parboilizado,  é o que eu prefiro, mas pode ser com o branco, camil, Tio João, Uncle Bens , o amor não tem preconceitos.
• 4 cebolas médias.
• 8 dentes de alho.
• 2 caldos de galinha, (isto é opcional, pode ser feito só com sal).
• Sal a gosto.
• Salsa e cebolinhas picadas, (pode servir separadamente).

Agora fique com o vídeo que a Vergonha Alheia Própria Produções fez para o Culinária Tosca participar do concurso do canal bem simples. No bem simples você irá encontar a versão curta do vídeo, com 4 minutos de duração. Pode fazer um comentário no vídeo para concorrer a uma cafeteira, tré chique, mas para isso tem que se cadastrar no site do bem simples
Mas só aqui no blog meus amigos verão a versão extendida do diretor.
Um filme de aproximadamente 8 minutos que conta com a participação muito especial de quem melhorou muito a audiência no blog e também minha performance na vida.
Bom vídeo a todos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Homenagem do Culinária Tosca.












O Culinária Tosca, vai fazer sua primeira homenagem.
Vou falar rapidamente de três gerações (que eu conheço), de mulheres Novaes, muito melhor, superior, e bem mais legais que as mulheres Dermacid.
Conheci a primeira delas e que pertence a terceira geração, Simone, por intermédio da minha mulher. Trabalharam no mesmo lugar, almoçaram juntas quase todo dia a mesma comida no refeitório do sistema. Perto de onde trabalhavam, encontraram uma pequena portinha que vendia doces, bolos e tortas, e aliviavam certas tensões, tanto de trabalho como mesntruais, na tal portinha.
O tempo passou, a lojinha de doces cresceu, e Lucia e Simone também.
Deixaram o antigo emprego, e passaram a viver...
Conheceram outras docerias e outros restaurantes. Num deles, num domingo Simone nos convida para almoçar, era um grego,  Acrópoles, o dono tem um belo nome, Trassivolos. Lá conheci mais duas mulheres Novaes, a mãe, Solange e Mônica da terceira geração, tal qual Ana, a caçula que nesse momento ainda não conhecia.
Comemos bem, muito bem, e eu bebo uma cerveja de nome Mithu's, olho para o lado e vejo o ator Lázaro Ramos. Isto não tem muita relevância, mas como sempre falo mal de um ator, melhor falar de um que estava sentado ao meu lado; no entanto não tenho porque falar mal do Lázaro, ele é um ótimo ator, fez ótimos filmes como: O Homem Que Copiava, Saneamento Básico, Meu Tio Matou um Cara, Madame Satã e a obra prima Cinderela Baiana. A pior coisa do Lázaro é ser casado com a Thaís Araújo, mas pior seria se fosse com o Netinho.
Do Bom Retiro, vamos para Pinheiros, Rua Padre Carvalho, 91, lá a Doceria Brigadeiro  mostra na vitrine todo seu potencial, Bolo Surpresa, Torta de Brigadeiro que provei e Pavê Delicia, que eu nem me interesso em provar, porque não gosto de bolacha molhada, só de molhar o biscoito. Então peço a torta de limão, é boa, não sensacional. Comento com dona Solange. Que me retorna com um:
– Minha mãe faz uma muito boa.
Não lembro muito como a conversa terminou, mas lembro que chegou uma carta para mim, de Curitiba, com uma receita de torta de limão. Receber uma carta hoje em dia é tão inusitado, surpreendente e bonito. Recebi muito poucas cartas na vida, mandei muitas para passar um dia com a Xuxa, e olha que eu nem gostava dela, queria só comer o café que ela mostrava na abertura do programa, passar o dia numa mansão no Rio de Janeiro, ganhar uvas e morangos da boca das paquitas. Mas antes de cada um desses sorteios tive que aguentar horas de show da gauchinha de santa rosa, suportando aquele chato do moderninho, o Cid Guerreiro, O Michael Sullivan e o Paulo Massadas, o Robertinho do Recife, toda alegria do José Augusto, mesmo as paquitas que eram legais começaram a cantar, daí estragou.
Legal mesmo só o praga, o dengue e os desenhos.
Poderia ter escrito cartas para outras pessoas e recebido muitas em troca.
Mas das poucas que recebi, uma delas tinha uma receita de torta de limão, escrita a mão, pela dona Celeste Novaes, que eu não conheci, por isso não sei se sou capaz de falar dela, e com isso prestar uma linda homenagem.

Para isso conto mais uma vez com a ajuda de uma amiga que muito conhecia essa gentil e querida senhora. Sua filha Solange Novaes, mãe de Simone, Mônica e Ana.


Carioca, quando chegou em Curitiba em 1953 com o marido e dois filhos, a primeira providência foi comprar ceroulas e camisetas. De Curitiba só não gostava do clima. Perfeccionista, dominava a arte culinária como poucos. Confeccionou vestidos para as netas que poderiam ser usados pelo avesso, tão perfeito o acabamento. Frase nunca dita: “não repare na bagunça”. A casa estava sempre arrumada como se fosse receber visitas a qualquer hora e, quando chegavam, era oferecido um cafezinho, um refrigerante, um biscoitinho. A mesa da ceia de Natal, sempre fotografada pelo filho, era digna de aparecer em revista. Adorava presentear, participava de amigo secreto mas presenteava a todos. Exemplo de filha, esposa, mãe e avó. Ganhou da neta Mônica uma placa de prata com os dizeres: “Para vó Celeste, uma mulher admirável”. Realmente o foi.
Viúva de Denio Leite Novaes, deixa três filhos e sete netos... e um fã desconhecido.

Ingredientes:


Para massa.
• 2 xícaras de farinha de trigo.
• 1/2 xícara de manteiga sem sal.
• 1/4 xícara de leite.
• 1/2 colher de chá de fermento em pó.
• 1 pitada de sal


O recheio.
• 1 lata de leite condensado.
• 1 xícara de café de suco de limão.
• 2 gemas.


A cobertura.
• 2 claras ou mais
• 4 colheres de sopa de açucar, 2 para cada clara.