segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Homenagem do Culinária Tosca.












O Culinária Tosca, vai fazer sua primeira homenagem.
Vou falar rapidamente de três gerações (que eu conheço), de mulheres Novaes, muito melhor, superior, e bem mais legais que as mulheres Dermacid.
Conheci a primeira delas e que pertence a terceira geração, Simone, por intermédio da minha mulher. Trabalharam no mesmo lugar, almoçaram juntas quase todo dia a mesma comida no refeitório do sistema. Perto de onde trabalhavam, encontraram uma pequena portinha que vendia doces, bolos e tortas, e aliviavam certas tensões, tanto de trabalho como mesntruais, na tal portinha.
O tempo passou, a lojinha de doces cresceu, e Lucia e Simone também.
Deixaram o antigo emprego, e passaram a viver...
Conheceram outras docerias e outros restaurantes. Num deles, num domingo Simone nos convida para almoçar, era um grego,  Acrópoles, o dono tem um belo nome, Trassivolos. Lá conheci mais duas mulheres Novaes, a mãe, Solange e Mônica da terceira geração, tal qual Ana, a caçula que nesse momento ainda não conhecia.
Comemos bem, muito bem, e eu bebo uma cerveja de nome Mithu's, olho para o lado e vejo o ator Lázaro Ramos. Isto não tem muita relevância, mas como sempre falo mal de um ator, melhor falar de um que estava sentado ao meu lado; no entanto não tenho porque falar mal do Lázaro, ele é um ótimo ator, fez ótimos filmes como: O Homem Que Copiava, Saneamento Básico, Meu Tio Matou um Cara, Madame Satã e a obra prima Cinderela Baiana. A pior coisa do Lázaro é ser casado com a Thaís Araújo, mas pior seria se fosse com o Netinho.
Do Bom Retiro, vamos para Pinheiros, Rua Padre Carvalho, 91, lá a Doceria Brigadeiro  mostra na vitrine todo seu potencial, Bolo Surpresa, Torta de Brigadeiro que provei e Pavê Delicia, que eu nem me interesso em provar, porque não gosto de bolacha molhada, só de molhar o biscoito. Então peço a torta de limão, é boa, não sensacional. Comento com dona Solange. Que me retorna com um:
– Minha mãe faz uma muito boa.
Não lembro muito como a conversa terminou, mas lembro que chegou uma carta para mim, de Curitiba, com uma receita de torta de limão. Receber uma carta hoje em dia é tão inusitado, surpreendente e bonito. Recebi muito poucas cartas na vida, mandei muitas para passar um dia com a Xuxa, e olha que eu nem gostava dela, queria só comer o café que ela mostrava na abertura do programa, passar o dia numa mansão no Rio de Janeiro, ganhar uvas e morangos da boca das paquitas. Mas antes de cada um desses sorteios tive que aguentar horas de show da gauchinha de santa rosa, suportando aquele chato do moderninho, o Cid Guerreiro, O Michael Sullivan e o Paulo Massadas, o Robertinho do Recife, toda alegria do José Augusto, mesmo as paquitas que eram legais começaram a cantar, daí estragou.
Legal mesmo só o praga, o dengue e os desenhos.
Poderia ter escrito cartas para outras pessoas e recebido muitas em troca.
Mas das poucas que recebi, uma delas tinha uma receita de torta de limão, escrita a mão, pela dona Celeste Novaes, que eu não conheci, por isso não sei se sou capaz de falar dela, e com isso prestar uma linda homenagem.

Para isso conto mais uma vez com a ajuda de uma amiga que muito conhecia essa gentil e querida senhora. Sua filha Solange Novaes, mãe de Simone, Mônica e Ana.


Carioca, quando chegou em Curitiba em 1953 com o marido e dois filhos, a primeira providência foi comprar ceroulas e camisetas. De Curitiba só não gostava do clima. Perfeccionista, dominava a arte culinária como poucos. Confeccionou vestidos para as netas que poderiam ser usados pelo avesso, tão perfeito o acabamento. Frase nunca dita: “não repare na bagunça”. A casa estava sempre arrumada como se fosse receber visitas a qualquer hora e, quando chegavam, era oferecido um cafezinho, um refrigerante, um biscoitinho. A mesa da ceia de Natal, sempre fotografada pelo filho, era digna de aparecer em revista. Adorava presentear, participava de amigo secreto mas presenteava a todos. Exemplo de filha, esposa, mãe e avó. Ganhou da neta Mônica uma placa de prata com os dizeres: “Para vó Celeste, uma mulher admirável”. Realmente o foi.
Viúva de Denio Leite Novaes, deixa três filhos e sete netos... e um fã desconhecido.

Ingredientes:


Para massa.
• 2 xícaras de farinha de trigo.
• 1/2 xícara de manteiga sem sal.
• 1/4 xícara de leite.
• 1/2 colher de chá de fermento em pó.
• 1 pitada de sal


O recheio.
• 1 lata de leite condensado.
• 1 xícara de café de suco de limão.
• 2 gemas.


A cobertura.
• 2 claras ou mais
• 4 colheres de sopa de açucar, 2 para cada clara.



4 comentários:

  1. o alívio da vida é que se vai uma pessoa boa, vêm outras. e, pensando bem, ficou com você o legado da torta de limão, o que confirma o real laço de família.
    snif!

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  2. Seu blog é muito bom!!
    Cheguei aqui procurando ravioli frito no google e ja virei fã dos seus posts!

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  3. a torta de limao deve ficar ótima...mas bom mesmo é a participaçao da Alice!
    Que FOFAAAAAAAAA!!! beijos saudosos

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  4. Tosca, aqui vão os agradecimentos atrasadíssimos da família pela bela homenagem. Difícil que qualquer expressão de admiração em relação aos talentos e qualquer outro aspecto da vó Celeste sejam suficientes, mas sua homenagem foi de uma simplicidade e sinceridade tão grandes que nos dá a certeza de que, seja onde estiver, ela ficou tão feliz e agradecida quanto nós.

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