quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O que vou almoçar amanhã?
























Comprei carne pra vinte pessoas e esqueci de convida-las.
Era domingo, comemos costelas e uma paleta de ovelha.
Segunda, almocei costela.
Trabalhei, cobri dois coqueteis, comi umas coisinhas, cheguei em casa.
Esquentei outro pedacinho no forno.
Terça ia comer costela, gatinha ligou...
– Estamos indo no Martin Fierro!
 Saí pra almoçar fora, peguei a bicicleta e voei para o restaurante para comer algo diferente de costela.
Olhamos o cardápio, todos pratos acompanham salada verde, aí pedimos uma batata rústica (batata-doce, alecrim, sal grosso) e um assado de legumes. Daí uma carne, um assado-de-tiras, sim, eu sei, é um costela. Mas era o que mais me apetecia.
De noite janto muito bem, cubro mais dois coquetéis, num deles a cozinha de Alex Atala, sabe muito o moço. Comi patricamente, um purê de mandioca frito, depois o garçon passou com queijos coalhos com melado, supremo, pastel de abóbora com carne seca, de uma brasilidade sem fim.
Daí passou por mim uma galinhada.
Camera lenta, só ouvia o barulho da fumacinha que saia do prato.
Em poucos segundos que a galinhada mística desceu da cabeça do carçom, evaporaram. E isso aconteceu três vezes seguidas.
Vi um Alex Atala granjeiro, entranto no galinheiro com sua galinhada em punho, jogando a quirela, para nós galinhas.
Peguei a minha.
Fui comer escondido, como eu acho que um fotógrafo deve fazer.
Do lado das DJ's que dançavam sincronizadas, dei a primeira garfada, de inicio já fiquei brabo com a galinhada, tava linda, arroz, farofa, uma galinha bem molhada; uma coxa e meio peito. Mas nenhuma faca. Um obstáculo na galinhada do Atala.
Comi, gostei é diferente...
Quarta-feira, abro a geladeira e tem costela. Prefiro ir na padaria. Chego na sensação, como um churrasco no pão, com ovo e bacon, peço uma limonada suiça, pra mim a melhor que já tomei, todo lugar que vou peço uma limonada, virou obsessão.
No entanto no jantar, faço um miojo para Alice que me pediu, pego metade pra mim e como com costela.
Hoje quinta-feira véspera de sexta, teve feira, teve pastel, um especial de carne, um calabresa.
O jantar, bueno, a criança comeu pastel, eu, abri a geladeira e vi lá embaixo a costela.
Piquei toda ela, piquei também uma cebola e quatro dentes de alho.
Refoguei primeiro a carne, fritei ela bem, retirei.
Coloquei as cebolas na panela, atirei junto um osso com um pouco de carne e bem gordinho e coloquei todo alho que tinha em mente.
Pronto.
Parei, olhei e pensei na minha alegria. Uma semana comendo costela.
Servi sorrindo o meu prato da quinta-feira e as costelinhas caiam na mesma camera lenta da galinhada do Atala. Servia pensando na base que tenho para um arroz de carreteiro, num molho de costela para uma macarronada, ou ela num sanduba, como o Xis Costela Egg Bacon da nossa saudosa Toscozinha. E claro, já sei o que vou almoçar amanhã...


Pensei na Toscozinha, na galinhada do Atala, e na minha que achei infinitamente melhor e decidi fazer um novo Toscozinha.

Agora prestem atenção no serviço, do Novo Toscozinha! Agora na minha casinha!

GALINHADA DESAFIADORA, 8 vagas.



Dia 22 de agosto.

Quinta, 21 horas, dia 22, repito.

Prato principal: Galinha que eu acho melhor que a do Atala e duas pessoas confirmam isso.

Acompanhamento: Salada de rúcula

Sobremesa: Ambrosia

Preço: 45,00

Reservas por e-mail.
ricardo.toscani@gmail.com

Nosso bar dispõe de cerveja, cachaça e refrigerantes.
Não cobramos rolha para vinhos.



 


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