quarta-feira, 3 de junho de 2009

RECICLAR É VIVER




















Pois não é que é mesmo.
Reciclar é dar uma segunda, terceira, ou inúmeras vidas a algo que não tem mais a mesma utilidade para nós.
Aprendi a reciclar com os Menezes Farias, famila que muito amo e estimo, a caçula dessa familia, trouxe essa conciência para mim. Comecei depois de namorar Lucia a separar o meu lixo, e isso mudou minha vida, nos lugares onde não via isso, e acabava por essas circunstâncias não fazendo, me sentia sujo, pior que o lixo descartado.
Virei um cara radical um defensor da causa.
Nos acapampamentos, nas caminhadas pelo campo e cachoeiras de Santa Maria e arredores, levava minha sacola, embora muitas vezes tu encontra muitas delas espalhadas pelo caminho, digo natureza. Isso aliás me revolta muito, numa das caminhadas de verão, no caminho encontrei umas três sacolas, penduradas em árvores, cheias de latas de cerveja, o que para mim é muito pior, imagine, se a pessoa tem a incrível idéia de levar uma sacola, para recolher seu lixo e não deixar espalhado no meio ambiente, porque não faz o serviço completo? Não leva consigo tudo aquilo que trouxe.
Isso se repetiu em praias, em Canto Grande, Santa Catarina, onde encontrei dois grandes sacos pretos de lixo, espalhados pela areia, e consegui enche-los, em apenas uns 500 metros de caminhada. Como podem fazer isso? E a educação?
Lembro uma vez que estava na praia com minha mãe e joguei, um papel de picolé ou palito, não sei ao certo o lixo, mas lembro de na hora receber uma mão na minha orelha, com o nobre intuito de arrancá-la, dona Roselene fez eu me abaixar, sem soltar da cartilagem, juntar o objeto descartado, e me guiou, repito, sem soltar da cartilagem, até um cesto de lixo.
Isso se chama, educação.
Não lembro o que joguei no chão, mas nunca esqueci mais onde era o seu lugar. Mas quando minha mãe era viva, pouco ou nada se falava de reciclagem, ela morreu em 1992, antes da ECO 92, no Rio de Janeiro.
Chegou o ano de 2001 onde começo a namorar Lucia, a menina que me deu juizo, mas mais do que isso me apresentou Giovani Alencastro, engenheiro florestal que me pós-graduou em reciclagem e defesa do meio ambiente.
Reciclar a natureza ficou pouco para mim, então parti para reciclagem culinária, algo como o restaurante Lavoisier, onde nada se perde, tudo se transforma. Na minha familia essa reciclagem era mais comum. Aquele famoso arroz de soborô, onde tu pega tudo que algum dia já foi prato principal na semana, mas na sexta feira, retornam, acompanhadas, pelo sempre bom companheiro, arroz.
Também temos os famosos casos, natal, onde se come peru até o fim do ano, e na festa de passagem de ano, onde comemos lombo de porco, lentilha, inúmeros outros pratos, até aproximadamente o carnaval, onde se come qualquer coisa.
Os aniversários também são datas da reciclagem alimentícia. Nas festas aqui em casa costumamos comprar enormes sacos de batata frita, uma espécie de Pringles do terceiro mundo, mas são muito boas para acompanhar uma cerveja. No entanto partimos para seguinte matemática, é melhor que sobre do que falte. E sobra muito.
Numa segunda-feira, pós aniversário, resolvo então abrir a geladeira para ver o que posso fazer para o jantar, o que melhor poderia acompanhar as tais batatas. Encontro um frango, comprado no domingo, uma cebola. Na despensa, uma lata de tomates pelados e uma de creme de leite.
Assim nasce, o frango reciclado.

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