Hoje conquistei muitos pontos na minha carteirinha particular de dona de casa. Realmente acho a profissão, depois do professor, deva ser muito bem remunerada. Eu quando perguntam minha profissão, respondo fotógrafo, no entanto, tão logo eu conquistar muito mais pontos na minha carteira, responderei, dona de casa e fotógrafo, e blogueira. Blogueira é legal. O despertador tocou 07:38, aprendi com um amigo, coloque o despertador sempre no horário limite, impossível de pedir por mais cinco minutinhos. Levantei, organizei a louça na máquina, ela já não é mais uma louça, é uma criatura com 3 dias de vida, água quente nos pratos, porque a máquina aqui de casa é das fracas, pra quem lava louça bem, tem fazer uma vista grossa ou passar água quente.
Mais água quente, passei um café. Acordei a criança, lhe preparei um leite, peguei a roupa de banho, preparei a mochila, bolachas.
– Pai, não quero mais bolacha.
– Tudo bem.
– Pai eu quero chocolate!
– Em que lugar do mundo se come chocolate essa hora da manhã?
– Ei, eu só pedi um chocolate!
– É páscoa?
– Não...
– Então? Não basta o chocolate do leite?
Dei-lhe um parmesão e encerrei por aí.
Botei na bicicleta, chegamos na natação.
– Dá um beijo no pai!
Ela foi embora. Fui atrás, pedi uma foto. Fiz, desci. Destranquei a bicicleta.
Fui no mercado.
Suco de uva, uma garrafa d'água, óleo, acém.
Um pedaço hipnótico, embalado em filme deitado sobre isopor preto, detesto isopor, mas o pedaço de acém de R$13,00 transcêndia todo plástico e matéria.
Voltei pra casa, lembrei, olhei para as batatas doces na geladeira, na noite anterior tinha lavado meus cabelos, não poderia fritar batatas, aproveitei um resto de estrogonofe e fiz um macarrão, renovei o molho tradicional dos anos 80 com uma sobra de porco acebolado e uns pedacinhos de bacon, porque afinal se ficasse ruim, teria bacon, mas isso é outra história.
Deu tudo certo.
Ainda haviam batatas na geladeira.
– Não posso buscar a criança hoje.
– Tranquilo, já estou saindo pra busca-la.
Peguei a criança, vestiário feminino, pais, mães e meninas, vesti a criança, conversei com uma mãe. Falamos da vida dura que é ser dona de casa, trabalhar e ser independente.
– Te entendo amiga!
Voltei pra casa.
Ordenei a criança que tomasse banho, lavasse o cabelo e essas coisas que faz toda mulher com cloro no cabelo.
Enquanto isso, modo de preparo:
Peguei o acém, panela de pressão, coloquei um volume de água sem ultrapassar a peça de carne.
Deixei cerca de 25 minutos na pressão.
Desliguei a panela.
A garota senta a mesa, pega um jogo de tabuleiro e me convida.
Aceito.
Jogamos.
Óleo na panela, recolho todas batatas, doces e salgadas, segundo Alice, da geladeira e ponho pra fritar.
Ligo o forno, a medida que frito, escorro e absorvo (em papel absorvente), por fim, deixo as batatas no forno com sal, alecrim e tomilho.
– Pai! Sua vez.
Nesse momento a criança joga, com uma garrafa de água com a imagem de Elza, rainha do gelo, joga ela, eu jogo e a mãe penteia seu cabelo.
Jogo o dado, cinco, ando cinco casas, fique duas rodadas sem jogar.
Sem problemas, preciso terminar o almoço.
Abri a panela de pressão, joguei o sal, um punhado.
Liguei a panela agora sem a tampa e deixei a água, que agora é um caldo de carne, secar na panela.
Cebolinha picadinha e terminei.
São 11:11, aberto o portal do amor.
A guria, não quis o acém. Quis as asinhas de frango que estavam na geladeira, jantar de quarta.
Deixo a mesa às 11:58. Lavo a louça desde então.
Vim pra cá e fiz esse post, sobre uma carne de panela de uma verdadeira dona de casa, meu delicioso Acém Fundamento, cujos ingredientes são: acém, água, pressão, sal e cebolinha a gosto!
Beijo pra todas!
Te amo, Tosca!
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