domingo, 27 de março de 2011

Andei, andei, andei até encontrar!














Gurizada buena!
Do Culinária Tosca. Poucos posts eu sei, mas estou na estrada, na turnê com a dulpa mais querida do Brasil. Eu agora sou um fã declarado, me despi de preconceitos, que aliás pertencem só aos roqueiros, que as vezes nem sabem o que cantam, ficam balbuciando bee bop a lulas sem sentido. Mas não estou aqui para falar de música, mas sim de comida. Estou a bordo desse trem chamado show business viajando o Brasil, conhecendo seus diversos sabores, provenientes de suas variadas culturas.
A turnê desse ano começou por Fortaleza, no Ceará, um estado praticamente gasoso, tamanho o calor do lugar, mas enfim, um estado que sempre tive curiosidade para conhecer, tenho fascinio por cidades litorâneas, pois como diria minha musa inspiradora e editora chefe do blog, Lucia Farias..."O único fruto que como é o do mar.". Nesse caso, Fortaleza é o lugar.
Saí do avião para o hotel e fui atrás de um carregador de baterias para minha câmera, após incontáveis ligações do meu quarto, descubro uma pessoa, cujo telefone me foi fornecido pela Miss Google, Lucia, já mencionada acima, conversei com um rapaz, que me informou o telefone de outro que poderia ter o que eu precisava, no entanto eu encotraria certa dificuldade em encontra-lo, por ser feriado na cidade. Falei com o rapaz, resolvi o caso bateria, me deu o preço e fui atrás de um banco.
Andei, andei, andei, até encontar um local para sacar dinheiro, achei que ia morrer, uma rinite pós avião me castigava, além claro, do sol de Fortaleza, tudo que precisava naquele momento era de um chapéu, um remédio para rinite e claro dinheiro para pagar o aluguel do carregador de baterias.
O primeiro artigo que encontrei foi uma farmácia, depois o banco, daí resolvi não comprar o chapéu, não por ser pão duro, mas por estar completamente duro.
Volto para o hotel, meio perdido e atordoado por um nariz que corre sem parar. Chego no hotel e olho para frente e vejo um azul, tão bonito e hipnótico, que me guia para a beira mar.
Lá chegando encontro um restaurante, Tia Nair é seu nome, e que nome simpático, pois para quem está sozinho, nada melhor que arrumar uma tia emprestada, numa paisagem paradisíaca e que ainda por cima cozinha pra ti.
Só para variar, pedi uma cerveja, e cara, como a Tia Nair sabe gelar uma cerveja, pensei... Se ela entende de cerveja, vamos dar uma chance aos quitutes. Confesso que quando vi o cardápio fiquei um pouco triste com os altos preços, mas estou num lugar turístico, os valores eram justificáveis. Com a rinite quase se tranformando em gripe, pedi uma porção de camarão ao alho e óleo, com mais alho para curar a efermidade. Eis que chegam os camarões, que mais pareciam lagostas anãs, e assim justificam seu preço.
Como, com casca e tudo, muito alho e limão, a partir do terceiro resolvo tirar a casca e a cabeça, e enfim estou curado, respiro bem, sinto o gosto de tudo, todos sabores e que sabores. Pronto, volto para o hotel, passagem de som, depois show.
No outro dia, café de hotel e praia. O mar de Fortaleza aguarda meu retorno. Que água maravilhosa, saí dela e meu novo amigo e colega de quarto, o sanfoneiro, Frank Jonhy diz para eu escolher um sabor de picolé, ele já havia pago ao picolezeiro, escolho o de castanha do Pará, surpreendente, por apenas R$ 1,00, e com muito sabor, não aquela aguinha suja, que costumam ser esses picolés baratinhos.
Sigo meu caminho, o show será apenas as 23h, e sem passagem de som.
Vou para Tia Nair, com meu amigo sanfoneiro, uma cerveja para cada um, bem geladas como no dia anterior e convido para almoçar, ele diz não estar com fome, então encontro o guitarrista Marcelo Modesto, o trompetista Mauro Boim e o violinista Ernani Teixeira, um expert na gastronomia. Falamos sobre o sacrilégio de estar em Fortaleza e não comer um peixe, resolvemos então não cometer nenhum pecado na cidade.
Então pedimos peixe com molho de camarões e uma mariscada com carne de carangueijo, tudo acompanhado pelo bom arroz branco e um transcendental pirão de peixe.
O sabor e a paisagem não saem da minha cabeça.
Terminamos o dia na sorveteria 50 Sabores, uma descoberta do camarada Ernani, um eximio pesquisador da culinária mundial, regional, estatal e citadina. Depois da festa do paladar fomos, andando, andando andando, até encontrar o hotel, dar uma boa dormida antes do espetáculo. Ernani foi para a piscina do hotel tirar sua siesta, eu preferi a cama e o ar condicionado do meu quarto.
Pois assim encerro o capítulo Fortaleza do Culinária Tosca, próxima parada, Goiás, local de onde escrevo esse post, aqui já rolaram algumas aventuras culinárias, toscas graças a Deus. Mas no momento o que quero é voltar para minha casa, ver minha familia, cozinhar no meu fogão, depois só quero uma rede preguiçosa pra deitar, ouvir a sinfonia de pardais cantando para majestade o sabiá. A majestade o sabiá.
Estou cansado pois nesse final de semana de turnê eu andei, andei, andei até encontrar...






Um comentário:

  1. Subtitles para os sorvetes: em primeiro plano, do mestre do acrílico, tapioca com café e delícia de abacaxi (pedaços de abacaxi ao leite condensado); atrás, colorido, paraense (açaí com tapioca) e qualquer coisa (cajá, maracujá, côco e biscoito). Grandes momentos do esporte. Só me arrependo de não ter te lembrado de tirar ao menos uma foto do cajuzinho que me ressignificou meu conceito do docinho. Hit the road, Jack.

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