quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Eu tenho medo de pão molhado!















Superação, essa é a palavra.
Melhor semana para falar dela já que acabou de estrear mais uma novela do Maneco.
Tema recorrente na trama.
Eu tenho muitos medos, tenho que supera-los, e é pra isso que a gente tá jogo.
Tinha medo de ser pai, hoje, acho que tô indo bem.
Tinha medo de raios e trovões, hoje tenho só de raios.
Morcegos, ficava em choque, apavorado. Hoje preciso defender minha filha, e principalmente não dar um chilique na frente dela.
No entanto o maior monstro da minha vida é o pão molhado.
Tenho medo, muito medo e nojo.
Quando tu anda pela rua, chove e tu olha um pão que caiu da mão de alguém, ou foi abandonado, solto na água, ele fica lá, amolecendo a cada gole, nojento, inflando, ganhando força e se impondo na tua frente, atraindo teu olhar. O pão molhado é uma naja, te hipnotiza, te atrai e o bote vem como um refluxo, rápido e implácavel.
Odeio pão molhado.
Minha vó tomava café na minha frente, e parecia que fazia de propósito, algo para terminar com toda a minha frescura, que eu ainda prefiro continuar chamando de medo. Frescura é uma palavra muito forte.
As mordidas lentas e enrrugadas num pão de miolo branquinho, com um leve toque amarelado da manteiga e todo o dourado da casquinha crocante, mergulha para a morte numa caneca de café com leite. Sobe marrom e molengo, sem mais aquela alegria da crocância, é embebida, volta empapada. E o café agora é um pequeno mar gordo de manteiga e cheio de nata.
Nata que no segundo mergulho, vai se grudar naquilo que minutos atrás fora um pão delicioso e agora não passa de um Francisco Cuoco, dançando desritmado o "hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa", não há mais dança, não há mais festa, só um pão mohado e nojento.
Difícil superar.
Cresci, mas não superei...
Não tenho medo em sopas, nem no molho de uma carne. Não!
Superei tudo isso, um por um, comecei com torradas, pois amolecem menos, e muitas vezes fechei os olhos para comer. O velho truque do "o que os olhos não vêem, o coração não sente".
Mas no leite e na água, é baixaria. Me tira o sono.
Um dia, voando na minha bicicleta depois de deixar a filha na escola passo rente pela sarjeta e atropelo um pão molhado, esse não se entrega, pelo contrário ri de sua desgraça, pois a sua desgraça será minha ruína.
O pão molhado cortado pelo pneu veloz se lança no meu tênis sem meia e certeiro cai pra dentro se alojando entre os dedos.
Me vejo nesse momento querendo arrancar minha perna, tirar meu pé a todo custo, amputar, tudo para não sentir mais aquela textura horrenda.
Sou homem e decido que é hora de começar a superar esse pânico. Tiro o tênis e elimino o vilão, em naúseas, agora já querendo amputar minha mão.
Lavo a mão, lavo meu pé, abandono meu tênis, mas o fanstasma do pão molhado não me abandona.
Enfim, ainda não superei. Mas esse é o meu ano, mais do que paz no meu coração e um amigo que me dê a mão, está mais do que na hora de encontrar novos medos.
Nesse ano resolvi acordar cedo pra correr, pedalar, aproveitar mais o dia e dar saúde para o meu corpo. Comer frutas, verduras, está sendo um ano bem diferente. E não tenho tido medo. Nem da banana matinal, nem da endivia do jantar, nem do franguinho grelhado...
Mas sigo com o mesmo medo de pão molhado.
Amo rabanada, porém como posso fazer? Dá pra pular a parte de molhar o pão no leite? Dá pra simplesmente fritar o pão no óleo ou na manteiga?
Não! Não dá mesmo. Eu deveria ter comigo rabanada no natal. Porém só fui fazer isso 33 dias depois, num 26 de janeiro...
Sim, superação, todos precisamos ter essa palavra em mente, inclusive o Manoel Carlos que precisa superar o fato de que a Helena mais famosa da teledramaturgia brasileira não é nenhuma das dez que ele criou, mas sim a Roitman do Gilberto Braga.
Por isso supero meus medos e faço de olhos bem fechados uma rabanada!

Ingredientes:
• uma xícara de leite
• uma xícara de leite condensado 
• dois ovos
• dois pães dormidos ou amanhecidos 
• açúcar e canela para polvilhar

Modo de preparo, mais um vídeo da Vergonha Alheia Própria Produções se superando mais uma vez, pois agora temos até uma trilha sonora, e quero ver o senhor you-tube me deixar sem aúdio dessa vez!
Culinária Tosca e Vergonha Alheia Própria Produções, superando limites, inclusive do ridículo.
Bom filme a todos!






6 comentários:

  1. Pão molhado não é de Deus. haha
    Mas da pra fazer rabanada sem molhar no leite, pra isso, o pão tem que ser fresco e de preferencia aqueles tipo caseiro. =)

    abs

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  2. KKKKKK... Já vi de tudo menos alguém com medo de pão molhado. kkkk

    Adorei o post, parabéns.

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  3. Ineressante este artigo que acabei de ler neste blog, gostei salvei até em meus favoritos no navegador.
    Lotep

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