Como o insosso Charlie Bucket sou convidado para conhecer uma fantástica fábrica, no entanto não me deparo com o perturbador Gene Wilder, muito menos com o esquizofrênico Jonhy Deep, o meu Wonka se chama Ivan Bornes, um dos responsáveis pelo excelente Primo Pastifício, uma casa de massas localizada no bairro de pinheiros, na Fradique coutinho, esquina com Arthur de Azevedo.
Como o pobre Charlie, não tive dinheiro para comprar barras e barras de wonka, muito menos bandeijas e mais bandeijas de sorrentinos, como fizeram Veruca Salt, Augustus Gloop, Violet Borregaard e Mike TV. Tive que contar com a sorte.
Quando o Primo Pastifício abriu as vagas para o jantar na fábrica, em um cartaz colocado no vidro da loja, eu apenas olhava o maquinário pela janela e imaginava se poderia eu jantar com os Wonka's do carboidrato. Chovia, ventava frio, e eu me dirigia para minha humilde casa pensando nas maravilhas postas a venda nessa incrível fábrica de massas caseiras. Os felizardos saim um a um, em cada canto de São Paulo, e rapidamente a última vaga é preenchida, escuto ao longe a comemoração, eu choro, caio num desespero profundo. Quando chego em casa ligo a televisão e Cristiane Pellajo, que cada dia parece gostar mais de uma boa macarronada, avisa que o último ticket era falso, tinha saído para alguém na Rua 25 de Março, mas não era o verdadeiro e sim produzido na China, com isso reacende em mim a esperança.
No 25 de setembro, estou em minha casa, e Lucia minha mulher, lê meus e-mails, num deles o senhor Ivan Bornes me parabeniza da seguinte forma...
Olá Toscani,
Estava zanzando por ae, atrás de uma receita impossível, e me deparo com teu Blog... muito bom!
E me diverti pacas e demos muitas risadas com minha mulher lendo teu texto.
Tomei a liberdade de colocar um link do nosso blog pro teu, pra que nossa galera possa te visitar e conhecer tuas receitas subversivas de sorrentinos fritos.
Abração,
Ivan
Saí correndo de casa para agradecer o e-mail de Ivan, pessoalmente, mas um de seus Ompa Loompas me avisou que ele não podia me atender no momento, pois estava muito ocupado. Voltei pra casa e resolvi então agradecer por e-mail. Escrevi, agradeci.
A resposta chega, abro o e-mail bem devagar, só um cantinho, e vejo um pequenino ponto dourado. O senhor Macintosh , que vê minha cara de satisfação, diz para eu correr pra casa, não dar conversa, nem confiança a ninguém. Uma mulher me oferece uma bicicleta, outra R$ 200.000,00, um homem me pega pelo braço, então o senhor Macintosh me olha nos olhos e enfatisa:
– Corra para sua casa o mais rápido que puder menino.
Logo grita com as pessoas:
– Saim, saim seus abutres.
– Corra para sua casa o mais rápido que puder menino.
Logo grita com as pessoas:
– Saim, saim seus abutres.
Em casa encontrei Lucia e pedi que ela me acompanhasse até a fábrica, junto com Alice minha filha. É, ao contrário de Charlie Bucket, não sou gay.
Lá chegamos, primeiro eu e Alice, depois Lucia. Colocamos a mão na massa, comemos gnocchi, e outras massas incríveis saídas das máquinas malucas do Primo. E preparadas pela mão do Wonka número dois, Marcelo Nonohay, que encerrou a noite com um delicioso petit gateau.
Conversei muito com a senhorita Wonka, Pippi Ertel, e ela me ajudou muito dividindo o colo para a Alice.
Ivan Schiappacasse Bornes, nos servia vinhos, contava histórias e comandava o passeio pela fábrica. E também nos ofereceu um ótimo café.
Por fim, com todos presentes, inclusive a gatinha, comemos, bebemos e conversamos muito bem. Tá certo, não teve elevador de vidro, nem musicas dos ompa loompas, muito menos Wonkas nervosinhos batendo na mesa dizendo não acreditar na humanidade, como o Gene e o Jonhy. Mas o retorno para casa foi feliz, levemente embriagado e plenamente satisfeito, com a excelente companhia e jantar. Um banho na Alice, um passeio com a cachorra, um beijo na mulher e umas cervejas no novo apartamento de novos amigos encerra a noite.
Pode ser que demore pra sair um ticket wonka do primo para o amigo leitor.
No entanto a fábrica está aberta e pode ser visitada a qualquer dia na rua Fradique Coutinho esquina com a Arhtur de Azevedo, é fácil fazer uma boa comida com a ajuda dos primos.
Valei-me Nelson Rodrigues.
Valei-me Nelson Rodrigues.
Muito bom tudo que é produzido no Primo, moro na zona Norte e atravesso a cidade para comprar uma massa de vez em quando... felicidades pelo blog, boa leitura para um domingo com o chimarrão na mão.
ResponderExcluirSalve Primo e suas massas, boas uma barbaridade !
Flávio Peralta
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flavio.fvp@gmail.com
http://flavioperalta.blogspot.com/
Sensacional!!!! Quero um bilhete dourado... eheheheh... Adorei o texto também. Abração, parabéns!!!
ResponderExcluirvderdade que as coisas só melhoram com o tempo. bj
ResponderExcluirAdorei seu texto sobre o jantar e..uhu! eu estava lá...gostaria de saber a qual personagem você me associou (aiai, pensando bem, prefiro não saber hehe). bjs e sua filhinha-gatinha, para mim, é uma boneca!! bjs
ResponderExcluirFiz um post (atrasadérrimo) lá num dos meus blogs. Tua filhinha tá lá. Vem ver? bjs
ResponderExcluirhttp://achadosdedecoracao.blogspot.com/2010/10/vino-pasta-amici-no-pastificio-primo-ou.html